No dia anterior, o técnico eslovaco Vladimir Weiss já havia mostrado a preocupação: a Holanda é um time com o Robben e outro sem ele. Nesta segunda-feira, o atacante mostrou que o comandante adversário estava certo. Recuperado totalmente da lesão que sofreu e jogando como titular pela 1ª vez nesse Mundial, Robben marcou e decidiu na vitória dos holandeses sobre os eslovacos, por 2 a 1, no Durban Stadium, em Durban.
Com a quarta vitória em quatro jogos na Copa do Mundo, o time laranja conseguiu avançar mais uma vez às quartas de final e tem grandes chances de ter novamente pelo seu caminho a Seleção Brasileira. Nos últimos dois confrontos entre brasileiros e holandeses, o time sul-americano levou a melhor em ambas ocasiões: com uma vitória nas quartas de final em 1994 e um resultado positivo na disputa por pênaltis em 1998.
Na partida desta segunda-feira, apesar de não apresentar um futebol vistoso como era esperado, os comandados do técnico Bert van Marwijk conseguiram despachar uma das surpresas do Mundial até aqui. Contrariando a opinião da maioria, os eslovacos superaram e eliminaram a Itália na primeira fase, ocasionando uma das maiores zebras desta Copa.
O gol de Robben foi marcado em sua jogada mais tradicional. Depois de receber um belo passe em profundidade de Sneijder, o atacante ganhou de Zabavnik na corrida, cortou para o meio e bateu rasteiro no canto.
Mostrando apenas alguns lampejos de inspiração no setor ofensivo durante a segunda etapa, os eslovacos pararam nas mãos de Stekelenburg. Mas quem teve mais trabalho foi o arqueiro eslovaco Mucha, que fez boas defesas nas chegadas do poderoso ataque holandês com Sneijder, Robben, Van Persie e Kuyt.
No fim, ainda houve tempo para o segundo gol, marcado por Sneijder, e para um gol de Vittek, cobrando pênalti, aos 49min. O atacante eslovaco se igualou assim ao argentino Higuaín, também dono de quatro gols na Copa.
Próxima fase
Os holandeses voltarão a campo na próxima sexta-feira, às 11h (de Brasília). Por ora, ficam no aguardo do vencedor do confronto entre Brasil e Chile, disputado às 15h30 desta segunda. O jogo que valerá uma vaga na semifinal será em Port Elizabeth.
Além de vencer, a Holanda pode comemorar o fato de não ter perdido nenhum jogador por suspensão. Cinco dos dez jogadores de linha que haviam iniciado o confronto com um cartão amarelo, além do agora reserva Van der Vaart. Robben, retornando de contusão, também saiu de campo intacto.
O jogo
Não foi de tantas emoções o primeiro tempo entre Holanda e Eslováquia em Durban. A Holanda atuou mais uma vez com um estilo pragmático, valorizando a posse de bola e sem levar sustos na defesa. Prova disso é que os eslovacos não acertaram sequer um chute na meta defendida por Stekelenburg em 45 minutos.
Pela primeira vez com Robben desde o início, a Holanda teve sua estratégia facilitada graças ao gol feito já aos 18min. A equipe de Bert van Marwijk começou a partida marcando em cima e trocando passes, o que logo gerou duas oportunidades. Primeiro, com Van Persie acertando de cabeça, próximo à trave. Depois, em chute de Sneijder que assustou os eslovacos.
Aos 18min, na terceira tentativa, a Holanda balançou as redes. A Eslováquia se mandou ao ataque e Sneijder recuperou bola na intermediária defensiva, acertando um lindo lançamento de 40 ou 50 metros. Robben recebeu na ponta direita, fintou a zaga eslovaca e bateu com precisão, de fora da área, sem chances para Mucha.
O gol marcado fez a Holanda pôr panos quentes no jogo por 27 minutos. O restante da primeira etapa teve poucas emoções, com a Eslováquia tendo sérias dificuldades na armação. Hamsik, o mais talentoso, foi recuado para a função de volante, o que prejudicou seu desempenho. Como meia, havia sido destaque diante da Itália.
A Holanda retornou para o segundo tempo com um pouco mais de inspiração e criou algumas oportunidades, especialmente nos pés de Robben. Em jogada semelhante ao que havia feito no gol, ele levou a marcação e bateu da entrada da área. Mucha fez ótima defesa.
Em nova jogada de Robben, Mathijsen, que se arriscava no ataque, desviou e por pouco a Holanda não fez o segundo. Logo depois pintou outra oportunidade: novamente Robben, agora em contragolpe, levou os holandeses adiante e passou a Sneijder, bloqueado na hora da finalização.
Cansada de ser alvejada, a Eslováquia criou sua primeira chance de gol apenas aos 22min do segundo tempo. Stoch, em jogada pessoal, partiu pela esquerda e exigiu grande defesa de Stekelenburg. Logo em seguida, Vittek recebeu e bateu cara a cara com o goleiro, que realizou um milagre.
Vittek, um dos artilheiros da primeira fase, desperdiçou sua segunda boa oportunidade aos 33min, finalizando para fora uma boa oportunidade. A Eslováquia seria punida pelas chances perdidas.
Aos 39min, a zaga eslovaca deu mole: Kuyt apareceu livre na esquerda após rápida cobrança de falta. Livre, só serviu Sneijder para empurrar para o gol.
No último lance da partida, a Holanda vacilou e permitiu que a Eslováquia marcasse seu gol. Stekelenburg cometeu pênalti em Vittek, que cobrou bem e diminuiu o placar da derrota eslovaca.
O quarto triunfo em quatro jogos na Copa amplia para 23 o número de partidas invictas da Holanda. O último revés foi contra a Austrália, por 2 a 1, no dia 6 de setembro de 2008