Esporte

CORAÇÃO BATUCA EM VERDE E AMARELO NA ESTREIA, POR ZEDEJESUSBARRÊTO

VIDE
| 14/06/2010 às 13:01
Seleção brasileira é uma das últimas a entrar em campo na África do Sul
Foto: REUTERS

Tem copa na tela. A primeira copa da África. A copa das vuvuzelas, da jabulani, que reina.

Bola sinuosa, meio desconfiada, arredia, invocada, depois de tanto ser xingada, desprezada, maltratada, desancada pelos seus súditos. A jabulani é fêmea, vai aprontar, vai se vingar de cada bobagem que disseram dela. Agora é a sua vez.

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Pois é, depois das emoções, de cores e danças, a jabulani rolou. O jogo de abertura foi dos donos da casa, os Bafana-Bafana contra o México. 1 x 1. Os sulafricanos abriram o placar, Tshabalala fez o primeiro gol da copa, mas cederam o empate. No finalzinho, de cara, uma chance para enlouquecer os africanos - mas jabulani não quis entrar, caprichosamente bateu no pé da trave... Ficou a marca de Parreira, que conseguiu armar o time sulafricano com esquema tático e determinação. Faltou talento. O goleirão Khune é muito bom. O México decepcionou.

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Uruguai e França fizeram um joguinho ruim, chato, pegado, sem criatividade e sem emoções. 0 x 0. Decepção.

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Gostei da Coréia do Sul, que enfiou 2 x 0 e deu um chocolate no time da Grécia. Merceia mais. Os amarelinhos correram muito o tempo todo, marcaram bem, armaram bons contragolpes em velocidade e trocaram bons passe. São disciplinados e determinados. Boa surpresa.

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O jogo mais esperado, no sábado: Argentina 1 x 0. O goleirão Enyeama fechou e não deixou o astro Messi marcar. Mas os ‘hermanos' jogaram apenas 20, 30 minutos, explorando o talento de Messi e a velocidade Higuain. O brujo Veron é o patrão do jogo argentino, dando o ritmo de tango ao time. Na segunda etapa o time de Maradona morreu, cansou, parou em campo e a Nigéria criou boas chances de empatar, mas faltou talento nas finalizações. O meia, número 8 da Nigéria foi o melhor dos africanos. Esperava muito mais dos argentinos. Um time de craques, do meio para frente, mas sem bom conjunto, são individualistas. A defesa é muito ruim, lenta e mal posicionada.

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No sábado á tarde, EUA 1 x 1 Inglaterra. Joguinho chato, marcado, sem chispa. Esperávamos muito mais do time de Rooney. O que restou de lembrança do jogo foi o frangaço do goleiro inglês, Green, o primeiro peru da copa, sacanagem, arte da Jabulani, traiçoeira, enganadora. Ora, Green, logo no dia dos namorados! Tá devendo.

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as cores...


O coração batuca em verde e amarelo, em ritmo de samba-reggae, apesar de Dunga.

Sim, porque Dunga não levou os que estão jogando melhor agora. O time de Dunga está envelhecido, é lento de corpo e de cabeça, alguns dos melhores não estão em boa forma, e não vejo muita criatividade nem perspectivas de alternativas de jogo no caso de algo dar errado. O elenco reserva é limitado, segue à risca as ordens do ‘sargentão' gaúcho. Mas ... agora, fazer o quê? A estréia é na terça, de tarde, contra a Coréia do Norte. E o time de Dunga não encanta.


Acho a zaga brasileira lenta. Lúcio é valente, mas em declínio e cansado da temporada. Juan vive visível decadência física e técnica. Gilberto Silva já dobrou o ‘cabo da boa esperança', arrasta-se, não tem forças para atravessar o meio campo e tem uma sombra a seu lado, o Felipe Melo, que é a mesma coisa do Gilberto, só que mais novo. Joga com uma foice, se chega atrasado, ceifa. Temo pelo seu ímpeto incontido, pode ser expulso. O lateral Michel Bastos não gosta de atuar na lateral, busca o ataque e desguarnece a retaguarda esquerda. No seu costado, se bem explorado, o nosso time pode levar gols. Elano é limitado e previsível, prefiro Ramires ou Daniel Alves por ali.


Temo por Kaká e Luis Fabiano, dois jogadores importantes e que estão visivelmente fora de forma, sem ritmo, sem tempo de bola, chegando atrasado nos lances. Sobra Robinho, aceso, em forma, mais amadurecido... pode ser a copa de Robinho, se ele fizer a diferença e suportar a marcação forte.


Enfim, num todo, não estamos no melhor momento de nossa equipe. Mas, copa é copa, de repente dá liga, acende um fósforo, Fiat Lux e o time encanta, quem sabe?

De todo modo, olhos abertos com os coreanos do norte. Os do sul surpreenderam e arrasaram com a Grécia.

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Copa do Nordeste

Pelas bandas de cá do Atlântico, tem uma Copa do Nordeste em andamento, sabia? As arquibancadas às moscas.

No meio de semana os alagoanos fizeram uma festa junina em cima da dupla BaVi. O time B do Vitória levou 1 x 0 do CRB, em Alagoas, bocejando em campo, depois da feijoada, às três da tarde.

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Na noite de quarta, em Pituaçu, o time B do Bahia levou 2 x 1 do CSA. Um time sem força física, dominado pelo adversário, sobretudo no segundo tempo.

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No sábado, na boca da noite, no Barradão, o rubronegro conseguiu um empate contra o América do Rio Grande do Norte, com dois gols já no Inal do jogo. O time perdia em casa, com menos de mil torcedores nas arquibancadas, por 2 x 0, mas o time potiguar cansou. Renato e Shwenck, de pênalti, marcaram.

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À noite, em Natal, o Bahia levou 1 x0 do ABC, num frango do goleiro tricolor. O time treinado pelo ex-zagueiro João Marcelo reagiu no segundo tempo, pressionou, dominou, perdeu gols... mas não conseguiu o gol de empate. Tá ‘invicto' não ganhou ainda, nem um pontinho. Triste Bahêa.

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Quarta-feira tem Ba x Vi ... valendo por esse tal Nordestão. Clássico é clássico, a rivalidade está em jogo.


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Curiosidade:

Você sabia que o primeiro brasileiro Campeão do Mundo foi um tal Filó? De nome Anfilófio, nascido em São Paulo, ele jogou a Copa de 1934 pela seleção da Itália, o time de Mussolini.

Filó era bom de bola e ficou de fora da seleção brasileira de 1930 porque era paulista e o escrete foi montado só com jogadores cariocas, cariocas e paulistas racharam. Então, Filó se retou e foi pra Itália, pátria de seus avós. Lá, fez o nome. Filó era o cara.

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