O time brasileiro já treina na África do Sul, no ambiente da Copa que começa dia 11 de junho, com o treinador ‘sargentão' Dunga ajustando a equipe e evitando as badalações costumeiras.

A grande novidade dessa Copa da África, até aqui, é a tal bola, a pelota ‘jabulani' (nome que significa ‘celebração') - bonitinha mas ordinária, segundo os jogadores.

O goleiro Júlio Cesar disse que a bola parece aquelas vendidas em supermercados, leve e traiçoeira, uma cobra venenosa para os goleiros.  O atacante Luis Fabiano também não gostou. Disse que a pelota desvia o curso no caminho e ‘pega o efeito' errado. Ou seja, na batida de trivela (ou de três dedos) a danada não obedece o comando do toque do craque, esquiva, arisca.

Pois então que os nossos jogadores passem a dormir com ela, desde já, para desvendar seus segredos, conhecer suas manhas...  porque a JABULANI será a mesma para todos em campo. Temos de logo compreendê-la e tirar proveito de seu jeito sinuoso de rolar, seguir, voar. Coisa de fêmea, que se sente ‘outra'  quando está de roupa nova, e se faz de encantadora, difícil.

O jeito é domá-la, com carinho.  

*

Bolas e flores e fêmeas

Gostaria  de falar só de flores, fêmeas e bola nesse final de outono. O coração pede rosas, eu de olho na África do Sul, o grito de  GOOOOL  feito um signo sonoro, eco  único, universal, chamando a paz, congregando a humanidade, estabelecendo a igualdade humana. Diante da bola somos todos um, iguais, independente de origem, cor, crença, ideologia, sexo, idade, tamanho... 

A bola é o signo mais acabado de Deus. Não tem início, não tem fim... plena de mistérios, grávida de encantamentos. Fêmea!

Bola, universo, planeta terra, útero, cabeça, gota, ponto, grão, quietude e movimento, tudo!

Flores à bola, então. E às fêmeas.  Todas! Rosas, muitas rosas...

E que venha a Copa, e os olhos de todos se abram para a África. Não com olhos de cobiça. Mas com o sentimento de reencontro com a nossa humanidade. Simples, pó (lodo e amálgama), semente.

Que o milagre da Bola nos permita ver, compreender a humanidade, pensar num novo amanhã ... a partir da África-Mãe!   

A primeira Copa do Mundo na África está nas bocas... como um grito de gol, unindo o planeta, de olho nela... Ave,  deusa Bola!

...  e quando a bola rola, a vida quica com ela, gracejante.  Só que o mesmo grito de gol que empolga, entristece.  O goleador vibra, o goleiro chora.   Feito o jogo da vida que rola. 

 *

Um bom empate 

Mesmo desfalcado de titulares importantes, o Vitória conseguiu um bom empate na noite de sábado  - 0 x 0 -, atuando no estádio Ressacada, em Santa Catarina, contra o Avaí.  Um jogo igual e um placar justo, já que as defesas prevaleceram, os atacantes não conseguiram enfiar a ‘ menina' nas redes adversárias.  

A equipe  baiana sentiu a falta de alguns titulares, sobretudo no meio campo: Vinícius, muito bem, no gol, em lugar de Viáfara; Jonas, estreante na lateral direita em lugar de Nino Paraíba; Lenílson em lugar do meia Ramon e Ricardo Conceição substituindo pó meiocampista Uéliton, que vai  ficar uns 30 dias de molho com uma distensão muscular.

Mais uma vez destacou-se o garoto Elkesson, jogando como um veterano; e o goleiros Vinícius com  boas intervenções  nos momentos mais difíceis.

*

O próximo jogo do Vitória pela série A é contra o Fluminense (RJ), no Maracanã, às 19:30h, ainda com desfalques. ELkesson Também fica de fora, punido com cartões amarelos.  

*

O tricolor voltou?

No sábado à tarde, Pituaçu lotadinho (mais de 34 mil torcedores nas arquibancadas) e tricolorido, o Bahia nem precisou jogar uma grande partida para vencer bem, por 2 x 0, o Sport do Recife, com gols de Rogerinho (por volta dos 30' do primeiro tempo), depois de um bate e rebate dentro da área pernambucana; e de Ávine, aos 8' da segunda etapa, numa bela arrancada.

A torcida fez a festa e saiu do estádio em procissão, gritando em uníssono: ‘Ah, o tricolor voltou, meu tricolor voltou!". O time, uffa, é o líder da segundona, com 13 pontos ganhos, num início de campanha como há muito não se via. Dos cinco jogos realizados até agora, o Bahia venceu quatro e empatou um.  Invicto. Por cima, manteve uma escrita de mais de 20 anos: não perde para o Sport jogando aqui em Salvador. Parabéns pro treinador Renato Gaúcho. Mas, em campo, não se viu nenhuma maravilha.

 Quem sabe este ano acontece a volta para a primeira divisão? É o sonho do torcedor que já começa a bater recorde de público e está empolgado com o time, que ainda não me encanta.

*

No tricolor, destaque para Omar, Ávine, Marcone, Álisson... 

Já esse time que vimos do Sport, é, seguramente, uma das mais fracas equipes que o clube pernambucano montou nos últimos tempos.   O novo treinador Toninho Cerezza, recém contratado, vai ter muito trabalho para organizar um time competitivo com esse plantel que vimos atuar em Pituaçu.

*

O próximo jogo do Bahia é contra o ICASA, dia 1 de junho, às 21 hs, lá no Ceará. O time cearense enfiou 2 x 1 no Sport dentro da Ilha do Retiro, semana passada. Não é ‘ galinha morta' e dentro de casa costuma ir pra cima.

**

Papelada e papelões

Quanto à nossa Copa de 2014... bem, tudo em andamento nos gabinetes, burocracias ...

È papelada pra lá e pra cá, autorizações, requerimentos, embargos, liminares, aprovos, licitações, andamentos, carimbos, reuniões, entrevistas, solenidades e...  nada de obra até agora, os prazos empurrados com a barriga, o tempo passando, o dinheiro que dizem assegurado ainda não pingou, e vamoquevamo porque vem aí a copa africana, as eleições, muito blablablá, papelões, papelotes, derruba-não derruba, cadê piscina, cadê o porto, cadê aeroporto, vai ser BRT ou VLT, nada de metrô, segurança no brejo, Pelô fechando, hospitais abarrotados, surto de meningite silenciado, hotéis a mei'pau, cidade imunda, trânsito caótico, mas ninguém se agonie porque na Copa, em 2014 vai estar tudo nos trinques, é só esperar pra ver!!!   ... Eu, deitado numa rede e tomando água de côco, que não sou mais menino, e sou é baiano, conheço as marolas do mar. Falei.

*

Pensamentando...

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"

(João Guimarães Rosa)