A festa domingueira começa pelas nove da manhã, em mais uma competição oficial de remo na raia da Enseada dos Tainheiros, com muita gente na balaustrada da praia e ao longo da avenida Men de Sá, uma tradição da comunidade itapagipana desde os começos do século XX.
Remam homens e mulheres, defendendo seus clubes, com direito a torcida organizada, gritos de incentivo, muita cervejada, casas abertas, feijoada servida, comemorações e lambanças até a noite. Isso é a Ribeira !
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À tarde, em Pituaçu, tem o clássico Ba X Vi, o primeiro jogo dos dois confrontos que vão decidir, mais uma vez, quem será o campeão baiano de futebol. Casa cheia, multidão na Paralela, esperamos que não haja confrontos entre os aloprados da Bamor X Imbatíveis, que o policiamento se contenha, que o pessoal da Transalvador apareça para ordenar o tráfego e não para complicar ( como costuma fazer) e que a arbitragem do jogo não complique.
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Entendo que o Vitória é o favorito ao título, pelo que vem jogando. Na quarta-feira, em Goiânia, o rubronegro fez um bom jogo, com inteligência, e empatou com o Goiás no Serra Dourada, classificando-se para mais uma etapa da Copa do Brasil. O adversário (no meio da próxima semana) é o Vasco da Gama, do Rio, que não tem jogado nadinha. Até agora, a Copa do Brasil tem sido uma mangaba para o rubronegro baiano.
Mas BaVi é um jogo diferente, é clássico, imprevisível, a rivalidade é grande. No últimos anos quem tem decidido os Bavis em favor do Vitória é o meia Ramon, que foi poupado no jogo com o Goiás e está se preparando para os confrontos com o tricolor. Pela experiência, pela técnica, pela liderança, pela excelência na execução das bolas paradas, pela malícia e manha em campo... Ramon tem sido um diferencial positivo no atual futebol baiano. Ele, o artilheiro Júnior e o goleiro Viáfara são os ídolos do time.
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O Bahia tem sido um time de altos e baixos. Vem ganhando, está mais de 13 jogos sem perder no campeonato, mas não convence. Sua defesa claudica e dá chutões, o meio campo cria pouco e morre no segundo tempo, o ataque chuta pouco e não faz gols. Mendes, recém contratado, ainda não marcou; e Edílson, seu companheiro de área, não acha os caminhos da rede, anda perdendo gols incríveis. A idade dos dois, somadas, passa dos 70. Aguentam?
Mas o tricolor está com vontade, o título é uma questão de honra para o treinador Renato Gaúcho e... os meninos da divisão de base, juniores, enfiaram 5 x 2 no Vitória essa semana, em pleno Barradão, eliminando o rubronegro e credenciando-se para disputar o título com o Itabuna. Pode ser um exemplo, uma motivação.
Os destaques do Bahia para o clássico são o lateral Ávine, o meiocampo Marconi, o meia ofensivo Ananias (pratas da casa e destaques do time nesta temporada). Ananias, por sinal, está fora, suspenso, do primeiro jogo neste domingo. A torcida espera que Rodriguinho desperte, que Mendes faça gols e que Edílson tire a urucubaca de cima.
É jogão de bola, sempre, com boa dose de emoções fortes.
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Bahia na Copa2014:
Já tá melando !!!
‘Encaramos fatores imponderáveis e isso vem dificultando o trâmite'. Viu só o linguajar? Pois foi assim que o secretário Ney Campelo, da Secopa, buscou argumentos para começar a justificar o atraso evidente, anunciado e previsto das obras na Fonte Nova. Viu só ?
O prazo estabelecido pela FIFA/CBF para que as obras de demolição e construção começassem é o próximo 3 de maio. Claro que até lá nada vai acontecer. Por dois motivos:
- A grana para que as construtoras encarregadas das obras comecem a trabalhar... não apareceu ainda, ninguém se coçou, por enquanto é só discussão e promessas.
- A faculdade de Arquitetura da UFBa e mais duas entidades da sociedade civil pediram oficialmente o tombamento da velha Fonte Nova (Estádio Octávio Mangabeira, de 1951); e assim, o Ministério Público Federal (Ba) solicitou a suspensão de qualquer obra de demolição no espaço. O processo será avaliado pela Justiça Federal.
A ação pretende preservar o estádio e, sobretudo, impedir que uma ação de implosão/demolição possa afetar casas, ambiente e edificações vizinhas ao estádio, algumas dessas edificações já tombadas pelo IPHAN, como todos nós sabemos e deveria ser de conhecimento de todos, sobretudo no âmbito oficial. Daí ...
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E olhe que isso é só o começo! Tudo como prevíamos e avisamos, há meses, desde que foi lançada a idéia de demolir e/ou implodir o estádio. Teremos copa na Bahia?
Bem, temos ainda a resolver:
A questão da ampliação do aeroporto, do porto, das vias estruturantes, o problemaço da segurança pública, a modernização da rede dos hotéis e serviços, projetos modernizantes do setor das comunicações, da energia elétrica e o problema ainda maior : a dos transportes de massa, ligando o aeroporto ao centro da cidade.
É pouca coisa? Pois... Tudo está ainda na estaca zero, na fase do ‘blá-blá-blá'...
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Alô Periperi!
Uma sugestão aos poderes públicos - estadual e municipal - em favor da comunidade suburbana e dos jovens, sobretudo:
Vamos reformar e reativar o boa campinho de bola conhecido como Estádio de Periperi! Ali já teve liga de futebol, foi campo de treinamento de clube profissional, nascedouro de craques, local de lazer da maior importância para a juventude suburbana.
Está lá ... fechado e abandonado, ainda com o gramado em razoável estado de conservação.
Alô autoridades!!! Eis uma bela obra a fazer, sem grande custo e de ótimo retorno comunitário. O Subúrbio agradece, penhoradamente. A comunidade está mobilizada, cobrando.
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Literatura da bola
Com a proximidade e oportunidade da Copa do Mundo 2010 na África do Sul, estão sendo editados e lançados muito livros sobre o futebol. Destacamos alguns, de boa qualidade, para leitura obrigatória dos amantes da bola:
‘O Mundo das Copas', do jornalista paranaense Lycio Veloso Ribas, com prefácio de Tostão.
‘As Melhores Seleções Brasileiras de Todos os Tempos' , do radialista, jornalista e narrador Milton Leite. E ‘As Melhores Seleções Estrangeiras', do também jornalista Mauro Beting.
É uma boa leitura ‘aperitivo', enquanto a bola da Copa não rola no sul da África.
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Convocados
No dia 11 de maio o técnico Dunga divulga oficialmente seus 22 atletas escolhidos para vestir a camisa amarelinha brasileira na Copa do Mundo africana, que começa nos meados de junho.
Teremos Neymar, Ganso... ou vamos mesmo de Julio Baptista e Adriano com seus 98 quilos? E tem ainda Arouca, Hernandes... em lugar de Josué, Ramires, Klebersson. Quanto a Ronaldinho Gaúcho e Pato... esses estão com o filme queimado, em função das notícias de suas noitadas bem regadas, juntos, pelas belas e agitadas madrugadas de Milão.