Com uma exuberante atuação do centroavante Júnior, e um acanhado público no Barradão, o Vitória goleou ( 4 x 0) o Atlético de Alagoinhas pelas semifinais do campeonato baiano.
O rodado atacante de 33 anos, que vinha sendo reserva no time de Ricardo Silva, fez os quatro gols, cada um num estilo, mostrando que é dono da camisa 9 rubronegra e candidato a ídolo da torcida. O primeiro foi numa bela arrancada, deixando a zaga adversária para trás e finalizando na saída do goleiro. Aos 23', recebeu um bom passe na frente da pequena área, dominou, girou e finalizou, fazendo 2 x 0. O terceiro foi de cabeça, depois de um bom cruzamento na área, aos 25'.
A Atlético de Alagoinhas, que começou encarando o time da capital, entregou-se. No segundo tempo, outro golaço de Júnior, num disparo forte de fora da área.
*
Na quarta, o rubronegro encara o Vitória da Conquista, no Sudoeste.
O Vitória é o vice-lider de sua chave, com três pontos e o time de Conquista tem apenas um, pois perdeu em casa por 1 x 0 para o Bahia de Feira - que é o líder do grupo, com seis pontos.
*
Apesar do bom resultado, ainda não se sabe se o treinador Ricardo Silva permanece à frente do time. Na semana que passou, o gaúcho Paulo Cesar Carpegiani chegou a ser anunciado como novo treinador do clube. O presidente do clube, Alexi Portela desmentiu o fato, adiou a troca, mas deixou claro que não tem gostado da forma de atuar da equipe. Quem sabe está pensando melhor depois da goleada. Se Ricardo vacilar, dorme treinador e acorda como auxiliar ou interino. Assim é o mundo da bola fora do campo de jogo: trairagem pura.
*
Jogão dos tricolores
Em Camaçari, pouco mais de duas mil pessoas presenciaram um disputado jogo, com cinco gols, no Estádio Armando Oliveira. O tricolor da Capital venceu o tricolor de Feira por 4 x 3 e lidera sua chave com 6 pontos. O bom time do Fluminense é o segundo, com três pontos.
O Flu abriu o placar logo no comecinho do jogo, após uma cobrança de falta quase na linha de fundo que desviou na cabeça de Abedi e enganou o goleiro Fernando.
O Bahia foi para o ataque tentando empatar e perdeu algumas chances. O gol só saiu aos 35', dez minutos depois de o árbitro Jailson Macedo ( o melhor do campeonato) expulsar o meia Gil, por um carrinho de frente em Marcone, no meio campo.
Edílson ficou com uma bola espirrada ao lado da pequena área, fintou a zaga e bateu cruzado; o goleiro falhou e o centroavante Gral empurrou para as redes.
O time do interior, apesar de ter um atleta a menos em campo, ameaçava a meta do Bahia, no início do segundo tempo e era melhor em campo até que Gral bateu direto uma falta esquinada, a bola quicou, desviou e enganou o arqueiro feirense - 2 x 1 Bahêa.
Aos 39', o lateral Ávine tabelou com Gral e fez um golaço - 3 x 1. O time de Feira ainda diminuiu, no finalzinho, com um belo chute de fora da área de Sadrack que Fernando aceitou.
*
Edílson fez seu melhor jogo vestindo a camisa tricolor. O Garoto Maurício mostrou qualidade no meio campo e destacou-se também, ao lado de Ávine. Mas o torcedor não entende por que o zagueiro Álison está no banco olhando o limitadíssimo Vagner jogar na zaga. Abedi continua errando todos os passes no meio campo e Apodi ainda não jogou 50% do que jogava com a camisa rubronegra - displicente e pouco acionado pelos companheiros.
No Fluminense, destaque para Itacaré, Timbó e o arisco Ermínio, que é o artilheiro do campeonato.
O Bahia enfrenta o Camaçari, no Armando Oliveira, no meio da semana.
*
Medo
Pobre e covarde futebol baiano. O Bahêa foi jogar em Goiânia com medo, entrou com três frentes de zaga marcadores, apenas um atacante e levou 2 x0 do modestíssimo time do Atlético Goianiense, pela Copa do Brasil. Resta fazer três gols de diferença, no jogo de volta, dia 31, ou cai fora da competição.
O Vitória também entrou fechadinho, medroso, contra o Naútico, em Recife. Mas conseguiu vencer por 1 x 0 graças a salvadoras defesas do bom goleiro Viáfara e de um certeiro chutaço de fora da área do volante Bida, já no final, quando o rubronegro baiano tinha um atleta a mais em campo. Escapou de perder.
Não nos consideramos mais os melhores do Norte e Nordeste, como antigamente, e, também por isso, não nos respeitam mais... nem em Maceió, com o devido respeito. Nivelamo-nos por baixo.
*
Bobão
Alô Bobô! Cadê Pituaçu? Deram fim nas pragas, eliminaram as lagartas, replantaram a grama, tá fofa, tapete, já dá pra brincar de bola no gramado verde? Quando?
Outro dia, houve um treinamento de árbitros na pista de Pituaçu, teste de capacidade física e tal e coisa, e o pessoal da imprensa esportiva correu pra lá, por falta de assunto mesmo, para cobrir, saber do que se tratava, entrevistar alguém ... Qual o quê! Por ordem expressa, disseram, do superintendente da Sudesb Raimundo Tavares Bobô da Silva, entrada proibida. Nada de ficar botando olho gordo no trabalho, fotografando as ‘paquinhas' que estavam comendo a grama. Foi proibido o trabalho livre da imprensa.
Tenho sinceras saudades do Bobô de chuteiras, simplesmente Bobô, sem cargos, sutil e elegante com a bola nos pés. O tal poder, os títulos, a politicagem lhe subiram à cabeça.
Pobre Raimundo Nonato, o ídolo Bobô não merecia.
*
PQP!
Na Paraíba, veja só, está proibido palavrão nos estádios. Na arquibancada. Resta saber como será cumprida a lei. Haja ouvidor, dedo-duro e polícia ...
Como se sabe, palavrão é quase uma necessidade em certos esportes coletivos. Dentro e fora dos gramados ou das quadras. Todo mundo xinga, até como forma de desabafo. Do craque que perde o gol, o treinador que chuta o balde, até o torcedor que comemora com sonoros palavrões, que protesta com todos os nomes feios possíveis e conhecidos o erro da arbitragem, aqui e alhures, meninos e velhos, homens e mulheres. Faz parte.
Claro que alguns exageram. Tem torcedor que enche a cara e a paciência alheia xingando tudo, ofendendo... esses merecem um ‘cala a boca'. Outro dia, presenciei um grupo de jovens torcedores (?) do Bahêa, desses classe média bem grifados e de ‘boa família', que mal o time entrou em campo todos desceram para o alambrado : "Vamo, vamo lá xingar o Gallo!" (Galo era, à época, o técnico do time) Tudo por pura diversão. Vá entender a humanidade!
*
Remo
Os clubes de regatas da Ribeira e os atletas do remo que cuidam de manter a centenária tradição das competições nas águas serenas da enseada dos Tainheiros estão em guerra contra os novos ‘donos' do mar e das praias de Itapagipe.
O local das raias de competição está cada dia mais curto, em função dos piers, marinas e estaleiros instalados. Os ‘porretas' fecham o acesso às águas, impedem a passagem, cercam, põem muros e avisos, ameaçam, provocam acidentes com os pequenos barcos dos remadores que vão treinar e competir... O clima está quente e é preciso que haja um entendimento, uma demarcação, uma divisão de espaço e tempo antes que haja uma morte por lá. Sério!
O remo na raia dos Tainheiros é uma tradição mais que centenária. É festa domingueira da comunidade, desde antigamente. Isso não pode e não deve ser desprezado.
Agora, lá para as bandas da Penha, a empresa que cuida (e muito mal) dos ferry-boats cercou uma área imensa onde ficam seus estaleiros de grandes embarcações. Sob protestos da comunidade. O pessoal não quer papo, é arrogante.
Ali, naquele espaço, o Presidente Lula fez discurso inaugurando um terminal pesqueiro que seria a redenção dos pescadores locais, baianos e de todo o país. Mas, cadê? À época, ao lado do governador Jaques Vagner, o presidente Lula prometeu fazer ‘uma reforma aquária'(sic) neste país. Há, há, há... gargalhemos.
O tempo gira
O tempo passa... e nada de novo sobre a Fonte Nova. Nada de novo sobre os projetos da cidade para a Copa do Mundo na Bahia em 2014.
Enquanto isso, o secretário estadual especial da copa (???), Sr Ney Campello foi fazer um tour na Europa, conhecer os estádios, as arenas européias. Beleza! Quem está pagando a viagem? Já foi por conta da verba da Copa 2014? Eu, hein! Homi quá sinhô me deixe!
Obra que é bom... nada. E o relóooogio maaaarca!
*
Bola X Bala
No futebol carioca, a proximidade cada vez maior dos morros e suas tentações com o Maracanã e seus ídolos tem chegado às páginas policiais. A dupla ‘império do amor': Vagner Love e o imperador Adriano, ambos atletas e ídolos do Flamengo, o time das massas, tem dado o que falar, toda semana. Bebedeiras, briga com mulheres, bailes funk, acidentes de carro e motos, infrações de trânsito a granel, parceria com traficantes procurados pela polícia, guarda-costas nos morros armados com armas de guerra...
Oh, tenho sinceras saudades de Zico, Dinamite, Washington/Assis (o casal 20), Túlio Maravilha... e outros tantos que só jogavam bola. E deram bons exemplos.
*
A era Barça
Ah! Como faz gosto ver o Barcelona de Messi, Xavi, Iniesta e Dani Alves jogar pela tevê. O toque rápido, de prima, sempre buscando o ataque, sempre em função do gol... É o renascimento do belo futebol que andava morto pelas retrancas de treinadores covardes que privilegiam a força física e a marcação apenas.
O Barcelona preocupa-se mais em construir do que destruir. Privilegia o talento, a criatividade.
Os mesmos passos está seguindo o Santos de Robinho, Neymar, Ganso, André... relembrando os velhos tempos míticos da camisa branca envergada por Pelé, Pepe, Coutinho, Zito e Cia.
Jogar bola é arte! E o gol é o objetivo maior, sempre. Sem medo e sem presepadas.
*
Relembrando o mestre Evaristo de Macêdo:
‘Meu filho, quem tem medo de perder não ganha!'
**