A notícia da semana, no âmbito esportivo baiano, é a reabertura do Barradão na quarta-feira, todo pintado com tintas vermelha e preta, melhorias nas dependências, recauchutado e com gramado verdinho atapetado. Enfim, Salvador (ou a Bahia?) com um estádio em condições de abrigar jogos profissionais de futebol !!!
O jogo é pela Copa do Brasil. Em festa, casa cheia, torcida agitada, o rubronegro recebe o Coríntians de Alagoas, o mesmo que há alguns dias surpreendeu o Vitória lá em Maceió, sapecando-lhe 2 x 0. Para não cair fora da Copa logo no primeiro embate o time baiano terá de vencer com três gols de diferença. O mesmo placar leva o jogo à disputa de pênaltis.
Na tarde do domingo, em Camaçari, o mistão rubronegro venceu bem o time da casa por 3 x 1. Destaque para o artilheiro Júnior que entrou na segunda etapa e fez dois.
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No mesmo dia e horário, em Alagoinhas, o Bahia derrotou o Colo-Colo de Ilhéus também pelo placar de 3 x 1, com gols de Abedi, Nem e Rafael. Apesar do escore o jogo foi ruim tecnicamente, pelo campo de jogo (mais um) deplorável e a fraca exibição do tricolor da capital.
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Acabada a última rodada da primeira fase do Baianão, classificaram-se pelo grupo Um: O Vitória, o Vitória da Conquista, Atlético de Alagoinhas e Bahia de Feira.
Pelo grupo Dois: Bahia, Camaçari, Fluminense e Feirense.
Os quatro classificados de cada grupo jogam entre si (ida e volta) e classificam-se os dois primeiros de cada grupo para o quadrangular semifinal.
No próximo fim de semana o Vitória enfrenta o Bahia de Feira, em Feira de Santana; e o Bahia joga contra o Feirense, também no Jóia da Princesa (não se sabe a data).
Haja jogo para se chegar ao campeão de um campeonato fraco de renda, de técnica e de emoções.
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A tal ‘paradinha'
Os velhinhos da Fifa ‘invocaram' com a tal ‘paradinha' que alguns jogadores espertos estão fazendo na hora de bater a penalidade máxima do futebol, um tiro livre direto frontal de dentro da grande área também conhecido como pênalti. Tem a marquinha de cal onde deve ficar a pelota, a cerca de 9,5 metros da linha do gol. Aqui no Brasil avacalharam a jogada, que se transformou em ‘paradonas', em ‘faz que bate e não bate', uma pantomima que humilha de fato os goleiros, expondo-os ao ridículo. Sou contra a palhaçada. Tem de acabar, como vem sendo executada por alguns.
A tal ‘paradinha', de fato, foi uma invenção de Pelé, no auge. Mas o Negão apenas fazia uma negaça de corpo, uma mudança no ritmo da velocidade em que ia para a bola, num átimo de segundo, que enganava o goleiro. Era uma ginga de corpo, apenas,, como no jogo da capoeira angola, uma invencionice de gênio, como o Rei executava a jogada.
Mas, com a complacência das nossas tíbias arbitragens, de uns tempos pra cá, nos campos brasileiros, os batedores passaram a fazer gracinhas diante do arqueiro. Alguns ensaiam o chute e não executam, à espera do coitado, ludibriado, se espatifar para um lado, enquanto o ‘sabidório' toca a bola do outro lado, no vazio do gol. Isso é desonesto, sim senhor, e deve ser proibido, é desleal.
Espero, então, que decidam que o pênalti será executado sem paradinhas e sem paradonas. Um tiro fatal e direto apenas, sem gracinhas. É acertar o pé e chutar forte.
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Copa 2014
As obras de demolição da velha Fonte Nova ainda não iniciaram, como estava previsto. A Fifa, que coordena o grande evento da Copa do Mundo, já faz pressão na CBF, cobrando os prazos acertados. A derrubada começaria em fevereiro, mas... o consórcio das construtoras responsáveis pela construção da nova arena, no mesmo espaço urbano, somente agora iniciou os contatos com os moradores do entorno, explicando os transtornos que advirão com as obras. Hum! Ora, o tempo ‘ruge!'
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É muito bom saber que o novo estádio terá energia limpa, solar, com geradores fotovoltaicos instalados na parte interna e módulos solares na cobertura das arquibancadas. O Governo do Estado quer o mesmo sistema energético também no estádio de Pituaçu. Palmas!
Esperamos que tudo isso se concretize, de fato; não seja apenas papo de tempos eleitoreiros.
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Já começou a contagem regressiva no mundo do esporte para a Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, em junho. É a primeira no grande continente negro. Faltam pouco mais de 90 dias para os jogos. Os estádios são belos, o povo africano está eufórico e a bola só quer agrado.
A mente de cada atleta com chance de brilhar está focada no evento e todos temem o fantasma de uma contusão séria antes de chegar a hora. Quem será a ‘grande estrela'?
Brasil, Espanha, Argentina, Itália, Alemanha, Inglaterra, França... favoritos?
Pra quem gosta de futebol é o maior espetáculo do planeta bola. Imperdível. Em cada canto da terra teremos olhos grudados na tevê.
É jogo, é arte.
O imprevisível, a sorte e a ginga da vida na bola que gira e quica, soberana. Deusa.
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Do escritor e humorista gaúcho Veríssimo sobre o escrete canarinho do Dunga que vai à Copa, depois da vitória magra e chata de 2 x 0 sobre a Irlanda, no amistoso dessa semana, em Londres :
‘... olhando esta seleção, confesso que sinto falta de um estrategista obsoleto, de um gênio com data vencida, de um cérebro de ferro-velho, de qualquer coisa, por antiquada que seja, que lembre um pensador'.
Ou seja, apesar da eficiência de Kaká, dos floreios de Robinho, da obstinação de Luis Fabiano, da seriedade de Lúcio, de lampejos de Daniel Alves... a seleção brasileira que vai à Copa 2010 tentar o hexa é quadrada, dura, previsível, pragmática. Se bem marcada tem sérias dificuldades de criar alternativas em campo, porque falta alguém na meiuca que seja ‘o cérebro do time', que dite o ritmo, que faça o lançamento longo preciso no momento certo, que chame a ‘responsa' e comande a orquestra, como fazia um Zizinho, um Didi, um Gérson, um Falcão.
Talvez essa deficiência faça falta numa Copa, porque a inteligência sempre faz a diferença num momento decisivo.
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‘O difícil, como todos sabem, não é fácil' - como já dizia o folclórico e saudoso Vicente Mateus, ex-presidente do Corínthians.
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