A torcida tricolor está cabreira com o time e não compareceu a Pituaçu. Menos de três mil pessoas no estádio. Até a Bamor estava raquítica e a bateria, miada, atravessou o ritmo nas arquibancadas. Mas o time em campo mostrou-se um pouco mais arrumado e conseguiu vencer por 2 x 0 o Atlético de Alagoinhas, sem empolgar.
O primeiro gol nasceu após uma jogada insinuante do ‘prata-da-casa' Ananias, que foi derrubado na área adversária. Rodrigo Grahl converteu o pênalti. O tricolor teve o domínio do jogo e o Atlético complicou-se com um zagueiro expulso, após uma entrada faltosa por trás no atacante Grahl.
No segundo tempo o tricolor da capital partiu para definir a partida mas parou nas grandes defesas do goleiro Vinicius e na falta de competência dos atacantes na conclusão das jogadas. O segundo gol saiu já no final do segundo tempo, num chute bem colocado do sempre criticado Marcone, outro ‘prata-da-casa'.
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Foi seguramente o melhor jogo coletivo do time tricolor desde a chegada de Renato Gaucho, que passou a semana pendurado, cai-não-cai. Deu entrevista reclamando da má qualidade do plantel, dos salários atrasados e da grande quantidade de atletas no departamento médico como a razão dos últimos recentes maus resultados e das péssimas partidas do time.
A imprensa esportiva pôs brasa na fogueira, comentando o estilo personalista, autoritário e mal humorado do treinador, sua indisposição com o gerente de futebol Elizeu Godoy e alguns atletas, e o descontentamento de diretores do clube com seu trabalho - má escalação do time e substituições equivocadas durante os jogos.
Com o resultado positivo, o treinador ganha uma sobrevida.
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O grande destaque do time foi, sem dúvida, o zagueiro Alison, que voltou a campo depois de quase 10 meses parado em função de uma grave lesão no joelho. Bem posicionado, passando bem a bola, deu tranqüilidade à defesa, arrumou a cozinha.
O meiocampista Rodriguinho já se destaca como a melhor contratação do clube este ano e Edílson, até agora, joga no nome; é um ex-atleta que teima estar ainda em atividade, e não mais consegue acompanhar a velocidade do jogo.
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O Bahia joga na quarta-feira no Espírito Santo, contra o Vitória de lá, estreando na Copa do Brasil. Depois, vem a folga do carnaval, um bom refresco para Renato Gaucho respirar aliviado.
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O campo de jogo, o gramado de Pituaçu continua uma lástima. Remendos, muita areia, piso irregular, buracos, a bola saltitando, os jogadores a tropeçar e cair... um atentado à integridade física do atleta profissional. Vergonhoso! O que aconteceu ali?
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Em Feira de Santana, o Vitória venceu bem o Feirense, 3 x 0, e continua flanando na liderança absoluta e isolada do campeonato, com sobras.
O primeiro gol saiu logo aos 5', num chute cruzado de Nino Paraíba que o veterano Ramon desviou para as redes. Com o controle da partida, o rubronegro ampliou ainda no primeiro tempo, em mais um pênalti bem convertido pelo craque Ramon, um dos artilheiros do campeonato. O atacante Adaílton, recém-contratado, fechou o caixão já no finalzinho do jogo com um chutaço certeiro - 3 x 0.
O destaque do jogo foi o lateral direito Nino Paraíba, com agudas arrancadas pela ala direita.
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O ‘índio maluquinho' Apodi, lateral que foi o terror dos tricolores atuando pelo Vitória, foi contratado pelo Bahia e deve estrear pelo campeonato baiano após o Carnaval.
Com ele pela direita e Ávine na esquerda o tricolor vai atacar pelas laterais em alta velocidade. Ambos são corredores natos e meio desmiolados. Pode até dar certo, com uma boa, ágil e inteligente cobertura. Haja coração!
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Fluminense, Vitória da Conquista, Camaçari, Madre de Deus, Itabuna, Bahia de Feira...
São os destaques do interior, até agora, jogando uma bola redondinha, correndo muito em campo e dando trabalho aos grandes da capital. De olho nos destaques individuais, que podem servir a Bahia e Vitória na disputa do campeonato brasileiro, no segundo semestre, depois da Copa do Mundo da África do Sul.
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O serelepe atacante Robinho chegou de volta (emprestado pelo Manchester City, seu clube), estreou no clássico contra o São Paulo e já fez um golaço - 2 x 1 para o Santos, o time da Vila Belmiro famosa. Ele quer ir à Copa e está no auge físico, aos 22 anos. Só depende dele e da sorte. Tomara! Torcemos pelo seu futebol alegre e cheio de arte.