A capital baiana do futebol no domingo foi Serrinha, raiz de Tasso Franco, o rapaz das ‘miudinhas'. Serrinha sagrou-se campeão do Torneio Intermunicipal, pela terceira vez, empatando em casa com o time de São Francisco do Conde, 1 x 1. Serrinha vencera o primeiro jogo por 2 x 0, no campo do adversário.
Festança, furdunço no sertão baiano!
Não sei bem por que os dirigentes dos chamados ‘grandes clubes' do futebol baiano desprezam o Intermunicipal. Não há olheiros, como antigamente.
É bem fácil um garoto como Pablo, meia do São Francisco do Conde, 22 anos; ou o atacante Pitchaco, do Serrinha, 24 anos, artilheiro com 16 gols marcados... é bem mais provável vê-los amanhã num time do interior de São Paulo do que num Bahia ou Vitória, que preferem ‘negociar' com os tais empresários/procuradores de atletas.
Sabemos também que o Intermunicipal não é mais puro amadorismo, como antes.
Hoje se vê atletas jogando aqui ou acolá, a depender do troco.
Há prefeituras e empresários regionais que investem na seleção municipal, pois dá algum retorno.
O time campeão de Serrinha, por exemplo, teve na fase decisiva do certame o reforço de alguns jogadores de Coité (eliminada antes), contratados e decisivos.
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Ou seja, o nosso tradicional Intermunicipal de Futebol, que outrora revelou tantos craques de bola, merece ser gerido como um evento esportivo maior. De mais visibilidade. O interior merece.
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Na capital, a diretoria do Bahia fez de um tudo para tirar o brilho da festa/encontro dos ex-atletas de Bahia e Internacional de Porto Alegre que protagonizaram a disputa do título de campeão brasileiro, em 1989. À época, o tricolor venceu na Fonte Nova(2 x 1) e empatou na Beira Rio, sagrando-se campeão. Se vão vint'anos!!!
Mais de 10 mil saudosos tricolores nas arquibancadas.
Só apreciando a elegância de Paulo Rodrigues, a objetividade de Zé Carlos, o toque de Edu Lima... entre tantos outros, mesmo com varizes na pernas e barriguinhas, compreendemos o porquê do título conquistado pelo Bahia.
É que aquele time tinha qualidade técnica. Individual e coletiva.
Jogava com inteligência e solidariedade.
Muito sentida a ausência do Mestre Evaristo de Macedo, o chefe da turma. O dedo.
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Então, como eu escrevi acima, a diretoria do Bahêa quase mela tudo. Se não já melou. Botou ‘gosto ruim' na tarde festeira de Pituaçu, ao anunciar a escolha de Renato Gaúcho como o novo treinador para 2010.
Renato Gaúcho? Francamente!
Seguramente 9 entre 10 torcedores do clube abominam o nome. A grande imprensa radiofônica esportiva então !!!
Renato, quando jogador, era um encrenqueiro, boquirroto, ares arrogantes, estilo temperamental. Era expulso, xingava, disse num microfone que a Bahia era um quintal, etc e tal e coisa.
Mas, neste momento ‘de planejamento, de retomada do tempo perdido, não podemos mais errar', me aparece um pavio curto, mascarado, um boleiro que nunca teve a menor identidade, a menor simpatia/empatia com o (a) Bahia ... Sei não.
Deus queira que não, mas tem tudo para dar errado.
Sei, o cara jogou muito, entende de bola, treinou grandes times do Rio, estou ciente.
Mas, aqui pra nós, o tipo não tem jeito de Itinga.
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Li na folha esportiva de A Tarde, essa semana, duas entrevistas tipo ping-pong com os presidentes do Vitória, Alexi Porttela, e do Bahêa, Marcelinho.
Desolador para o torcedor que sonha, espera, cobra.
Alexi, pé no chão, diz que a meta é mesmo manter-se na primeira divisão, isso é o limite para o clube, diante do poderio econômico dos grandes clubes do sul.
Com receitas furos acima de qualquer time nordestino, os clubes de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e companhia montam times superiores em campo, com bons reservas, e ganham tudo.
A fala de Marcelinho, graus mais baixo, dava para prever a opção por Renato Gaucho, ponta de estoque do Leblon. O teste é o campeonato baiano 2010.
O ano de 2009 foi pobre de craques. O Vitória teve alguns lampejos bons no Barradão, quando Ramon e Leandro Domingues decidiam jogar, às vezes.
O Bahia sobreviveu aos soluços. Tropeçou em equívocos. Foi um time de aluguel.
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Cadê Elizeu Vinagre de Godói ?