Inhaca, urucubaca e incompetência.
Desses crônicos males padece o Bahia.
Inhaca é aquela murrinha ruim que afeta a pessoa, as coisas em volta, o ambiente. E provoca sobretudo insegurança, aquela cisma de que nada vai dar certo. E não dá.
Urucubaca é azar mesmo, dos brabos, daquele que dá até medo. Tudo dá errado.
Incompetência é falta de capacidade, absoluta, para realizar as coisas mais simples.
Assim é o Bahêa desses tempos, isso foi o que se viu na noite de sexta, em Pituaçu, na derrota de 2 x 1 para o Brasiliense, as arquibancadas quase às moscas, um desolo só.
O time amarelo nem entrou em campo com tesão de ganhar, nada. Ficou quieto na defesa, só esperando as besteiras do tricolor para arriscar algum ataque. Fez 1 x 0 quase sem querer, ainda no primeiro tempo, num cruzamento longo sobre a área: o zagueiro Evaldo cochilou como sempre, e o atacante Abuda meteu o pé na bola tentando alcançá-la; não só conseguiu como a pelota caprichosa e lentamente passou pelo goleiro, estático, bateu no pé da trave e ultrapassou a linha. De tão fraquinha nem tocou nas redes.
Aí, bateu o habitual desespero. Os laterais avançavam desordenadamente, os meiocampistas abusaram de errar os passes mais primários, dominavam mal a bola e proporcionavam contra-ataques sempre perigosos. E os atacante perderam as poucas chances que apareceram. Bruno não fez um gol de frente com o goleiro e o camisa 10 Juninho errou tudo o que tentou fazer com a bola, estava de mal com ela.
Com Leo Medeiros e Helton Luis no time, o tricolor voltou mais aceso para o segundo tempo e perdeu, nos cinco primeiros minutos, quatro chances incríveis de gol, daquelas que se diz :‘a bola não quis entrar'. Ou pura incompetência, pernas fracas, juízo ruim? Pois bem, num contra-ataque raro, aos 7', o lateral direito amarelo, destro, arriscou um chute de canhota de fora da área; não saiu forte, mas foi bem direcionado e o goleiro Fernando, lerdão, aceitou: 2 x 0, uma ducha fria, só agonia.
Jael, o melhorzinho, minutos depois bateu falta no ângulo e diminuiu. Daí por diante não deixaram mais o cara bater uma segunda falta... Ciúme, malquerência entre os atletas? Uma mostra de que o time não tem comando dentro nem fora de campo, é um bando, sem esquema, sem técnica, sem talento, sem disciplina e sem preparo atlético. Alguns jogadores, tipo Alex Terra, Juninho, Odair... parecem apeados, pernas presas. Esses e outros andam também tirando a canelinha das ‘divididas'.
A torcida Bamor gritou pela saída de Paulo Carneiro. Ele não joga, mas deve estar atrapalhando com seu sangue rubronegro, assim entende o torcedor apaixonado.
Pois a inhaca, a incompetência e a urucubaca, que não são males novos no time de Itinga, estão levando o clube ladeira ainda mais abaixo, à beira do precipício da terceirona - o inferno do mundo da bola. Há muito eu digo e escrevo: O Bahia vem se ipiranguizando desde o final do século passado. A camisa do Ipiranga, bela em amarelo e preto está na naftalina, como lembrança. Já lavei e dobrei a tricolor ... para guardá-la junto.
Passado.
Aos renitentes sofredores: terça-feira tem mais, no interior de Minas Gerais, contra o Ipatinga. Guenta ? Então acompanhe!
Com mais uma atuação soberba e decisiva do veterano meia Ramon, o Vitória venceu por 2 x 0 o Internacional de Porto Alegre, vice-lider da Série A, sábado á noite no Barradão com mais de 20 mil torcedores, em festa!
O rubronegro foi um time vibrante os 90 minutos e fez um ótimo segundo tempo, quando o time colorado pareceu cansado.
Na primeira etapa, o Vitória teve mais a bola no ataque, mas foi do Inter as melhores oportunidades de gol. Viáfara destacou-se com belas defesas impedindo a abertura do placar.
Na segunda etapa o time baiano avançou a marcação e foi pra cima, fogoso, com velocidade, criando chances. O time gaúcho limitava-se a explorar os conta-ataques nas costas do lateral Apodi. Aos 14', Ramon cobrou um escanteio na cabeça do garoto Uélinton, no meio da zaga colorada, numa jogada bem ensaiada : 1 x 0.
O time não recuou, continuou marcando forte, retomando a bola e querendo mais. Aos 31', ele, o camisa 10 Ramon enxergou Roger girando dentro da grande área e lançou... Rogem foi calçado quando ganhava a jogada e partia para finalizar. Ele mesmo, o artilheiro Roger, com 12 gols, bateu a penalidade e fez.
Daí para frente, o Inter fez modificações, mas o rubronegro tocou a bola e foi soberano até o final, enchendo os olhos do torcedor, a cada rodada mais confiante e orgulhoso do desempenho do time em campo.
O Vitória é o 8º colocado na competição e almeja ficar entre os cinco melhores para disputar a Libertadores de América em 2010.
Além de Ramon, destaques para Viáfara, Uélinton, Fábio Ferreira, Apodi, Leandro Domingues, Ramon e Berola, sempre arisco.
O Vitória joga no meio da semana em Montevidéu/Uruguai, pela Copa Sulamericana.
Domingo, enfrenta o Botafogo do Rio, no Engenhão.