São Paulo 1 x 0 Vitória, com um gol do atacante Dagoberto aos 28 minutos do segundo tempo, aproveitando-se de uma jogada mal trabalhada pelos rubronegros no meio campo, arrancando em velocidade, levando os zagueiros e batendo forte, em diagonal.
Faltou força ofensiva, penetração e finalização ao time baiano para empatar ou vencer.
Foi um bom jogo, disputado, aberto. O Vitória teve mais domínio de bola no primeiro tempo, criou algumas chances, mas foi do São Paulo o lance mais perigoso, já no finalzinho, numa falta cobrada por Jorge Wagner que obrigou o arqueiro Viáfara a fazer uma grande defesa. A bola ainda bateu no poste, no corpo do goleiro e saiu. No lance, Viáfara machucou a mão esquerda e deve ficar do time alguns jogos.
No segundo tempo o time paulista foi mais agudo, fez o gol e soube suportar a pressão no Barradão, quebrando a invencibilidade do ‘Leão' na Toca.
O time baiano perdeu pontos na classificação, mas está ainda próximo dos quatro primeiros. Não pode é perder novamente, na quinta, para o Barueri, em SP.
Três derrotas seguidas poderiam trazer desconfianças: seria apenas um ‘cavalo paraguaio' vermelho e preto?
Apesar da derrota, o time não jogou mal, foi uma partida parelha; venceu quem soube aproveitar a chance, o erro do inimigo.
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Mudando de padrão...
Sinceramente. Ver o Bahia jogar pela TV tem sido deprimente para o torcedor.
O jogo dos tricolores, sábado no Ceará, foi um tormento. Tecnicamente fraco, com uma arbitragem vergonhosa (para os dois lados) e um time do Bahia que parece cada dia pior. Marca mal, toma gols fáceis, nada cria, não ganha rebotes ou divididas no meio campo e os atacantes simplesmente não conseguem penetrar e chutar no gol adversário.
Os tricolores de mais idade, dos tempos do ‘esquadrão de aço' (hoje ‘ex-quadrão') andam acabrunhados, já apavorados com a terceira divisão.
A ‘bolinha de ervilha' que jogaram no Ceará é de terceira.
Os jogadores, na bagaceira física e técnica, atarantados em campo, parecem um bando de desorientados e desmotivados ‘boleiros'.
Aquela vitória sobre o Vasco, que provocou alguma emoção positiva, agora parece ter sido apenas uma obra do acaso, um aborto de sorte.
Fortaleza 3 x 2 Bahêa. E foi pouco.
Agora o time perereca entre o 10º e o 13º lugar na classificação. Tende a cair mais uns degraus essa semana porque enfrenta, sábado próximo, em Goiás, o Vila Nova.
Alguém leva fé? Esse Bahêa é tão mentiroso que o torcedor se pela de medo de Vila Nova, Fortaleza, Duque de Caxias, ABC, CSA, Ipitanga, a seleção de "Xorroxó"...
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E mais uma vez a ‘diretoria' anuncia a chegada de novos contratados. Alguns nem descem do avião. Outros mal vestem a camisa. E ainda os que vêm ‘bem referenciados' e nada resolvem. Até porque a maioria chega fora de forma, o acarajé com cerveja regada a pagode de todo dia não ajuda na recuperação física, ninguém se conhece no ambiente do trabalho, treinador novo, cobranças, um grupo diferente se formando, disputando espaço em plena competição. E futebol é fogo de equipe, um se sacrificando pelo outro no gramado...
Para piorar o quadro, no balaio apresentado até agora não tem uma só mercadoria de primeira, um produto diferenciado. O craque. Cadê aquele capaz de decidir, de desequilibrar mesmo quando a equipe não acerta?
Desde o século passado o clube desgovernado vem descendo pirambeira, sem controle. A gloriosa camisa/história tricolor anda encardida, maculada.
Esse Bahêa não se dá o respeito.
O que vimos pela tevê, lá de Fortaleza, é de meter medo.
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Do doutor Tostão, médico, professor, ex-jogador de bola fantástico, craque hoje também escrevendo e falando sobre o jogo de bola:
‘... Se o drible é o mais lúcido dos lances, e o gol define o resultado (muitas vezes não há relação entre o placar e a história da partida), o passe é o mais solidário dos fundamentos técnicos. O passe é a união, a ponte entre o individual e o coletivo, entre o desejo, a ambição e a razão'
Concluo: sem o passe não há equipe.