Esporte

PRESSÃO DA TORCIDA DO BAHIA DERRUBA GALLO, POR ZÉDEJESUSBARRETO

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| 04/07/2009 às 22:24
Gallo perde o posto de treinado do Bahia. Fala-se em Nelsinho, Geninho e Marco Aurélio
Foto: Arquivo
  Gallo não é mais o treinador do Bahia.


  Caiu do poleiro por pressão da torcida depois de o time perder de 1 x 0, em Pituaçu, diante de 15 mil devotos tricolores, para o fraco time do Figueirense (SC) que atuou alguns minutos do primeiro e todo o segundo tempo com apenas 10 jogadores, após a expulsão do meiocampista Totó.


  O Bahêa entrou em campo estreando um belo uniforme vermelho e azul, as camisetas lembrando a beca do Barcelona. Mas... cadê bola.

  O time passou todo o primeiro tempo rondando a área adversária, dominou o meio-campo, tocou pra lá e pra cá mas chutou pouco em gol. O time catarinense defendeu-se, correu e nem fustigou a meta tricolor, mas ....    aos 45 minutos, num contra-ataque, o último defensor do Bahia, Ávine, falhou ao tentar cortar uma bola lançada pelo alto e deixou o atacante de cara com o goleiro Marcelo.  1 x 0, arrepiando os cabelos do torcedor.


  O time de Gallo voltou na segunda etapa em cima, buscando o empate. Numa bela jogada pela esquerda, o arisco lateral Ávine foi derrubado na área: pênalti. 

 Ufa ! Aos 5 minutos, um gol e estaria criada uma situação de reação, com a empolgação da torcida, mas ...  eis que o centroavante Reinaldo executou mal a penalidade, ensejando a defesa do goleiro catarinense.


  A perda do pênalti  foi uma ducha fria no entusiasmo da torcida e, quiçá, também, na equipe inteira, que entrou no desespero, correndo louca e atabalhoadamente em campo, criando pouco, errando muito e não conseguindo fazer um golzinho sequer.


  Os torcedores em coro nos minutos finais pediram a cabeça do treinador Gallo.


O time despencou na tabela, distanciando-se cada vez mais dos quatro primeiros classificados, tornando cada dia mais difícil uma ainda possível recuperação que permita a volta do clube de maior torcida no estado à primeira divisão do futebol brasileiro.

Um sonho do torcedor. Uma promessa da nova diretoria que assumiu no início do ano e, até agora, não ganhou nadica de nada no campo de jogo.


O torcedor cobra e não perdoa.


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A outrora brilhante estrela tricolor há muito anda opaca.  Nada dá certo. A sorte não mais bafeja o time em campo. A relação da torcida com o time é conturbada, mais para vaias, xingamentos e cobrança do que para aplausos e incentivos.  Uma relação de mágoas, saudades e desencantos a cada jogo mal jogado, a cada derrota inexplicável.


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Ouvi de um velho torcedor amargurado que tudo de ruim com o clube começou a partir da morte do ‘grande comandante' Osório Villas Boas, no final do século passado.

Alguém, no enterro, ignorando os mistérios do desconhecido e as recomendações dos terreiros, pos uma bandeira do time dentro do caixão de Osório.


Pronto.  Isso não se faz. Foi como se tivesse enterrando o time, que, a partir de então,

sem um pingo de sorte, desce a ribanceira sem freio.

Palavra de torcedor, baiano, daqueles que sabem das coisas que regem o lado oculto dos mistérios dessa vida.


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Então, conclui-se que, além de trocar de treinador, é muito bom que se faça um ebó, uns batimentos de folhas em Itinga, trabalhos para Exu, missa no Bomfim, exorcismos, preces... encomendação de almas, sei lá !  Mas urge se fazer alguma coisa também no campo das energias...  que andam pra lá de negativas do lado vermelho-azul e branco.

Ponto.


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Para o lugar de Gallo fala-se em Nelsinho batista (bom), Geninho (manjado) e até Marco Aurélio (fraquinho).


E será que o problema é só de treinador?  Faltam bons jogadores em campo também.


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Não foi um sábado auspicioso para o torcedor baiano.


O Vitória perdeu para o Flamengo (RJ), por 2 x 1, no estádio João Havelange, diante de mais de 20 mil torcedores rubronegros.


O jogo foi equilibrado.  O Flamengo abriu o escore, com um gol de Juan, caindo nos costados de Apodi.   O Vitória empatou com uma cabeçada de  Roger escorando um belo cruzamento do mesmo Apodi.  Mas logo depois o Flamengo desempatou, com um gol de pênalti. Tudo isso no segundo tempo.


O treinador Carpegiani disse que faltou maturidade ao time para vencer o jogo.

Apesar do resultado negativo, o Vitória permanece numa boa classificação, entre os quatro primeiros da série A.


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"Precisamos modernizar não apenas estádios, mas aeroportos, estradas, hospitais. A copa tem de ser encarada como um investimento nacional"...


( Alerta do ex-atleta Leonardo, atual treinador do Milan, em entrevista na revista Veja de 1/07, falando sobre a Copa do Mundo no Brasil em 2014)