Esporte

OS BAFANAS, PIENAAR E O EXÓTICO GRITO DE BUUUU, POR ZÉDEJESUSBARRÊTO

ZédeJesusBarrêto é jornalista
| 28/06/2009 às 22:09
O som da África do Sul com as "vuvuzelas", a geração de empregos e a cultura local
Foto: EFE
 

Ah, os Deuses da Bola! Quem há de entendê-los?


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O Vitória continua iluminado pela sorte no Barradão, a sua Toca do Leão.


No início da noite deste domingo enfiou 4 x 1 no Santo André (SP), fazendo três gols nos últimos 15 minutos de jogo, logo depois de Marcelinho Carioca perder um pênalti, coisa rara em sua longa carreira, chutando a penalidade na trave, aos 33 minutos, quando o time paulista apertava em busca do empate.


Na seqüência, aos 34, o garoto Uélliton fez 2 x 0, de cabeça.  Aos 38, Roger fez 3 x 0.  Moraes diminuiu aos 43, fazendo o gol de honra dos paulistas e Roger, de pênalti, fechou a goleada, para delírio da galera rubronegra que anda em ‘estado de graça'; tudo dá certo no Barradão.


O primeiro gol do Vitória foi do menino estreante Uélkeson, 19 anos, projetado na divisão de base do clube, o melhor em campo, logo no início da segunda etapa do jogo.


Menos de 10 mil torcedores viram o triunfo do Leão rubronegro baiano que continua invicto, ganhando todas em sua toca. O time baiano está entre os primeiros na tabela.

O próximo adversário é o Flamengo, no Rio.



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E deu Dunga!


A seleção de Dunga foi a grande campeã da Copa das Confederações, na África do Sul, depois de vencer, de virada a surpreendente seleção dos EUA por 3 x 2, num jogo difícil e muito disputado taticamente.


No primeiro tempo, o time brasileiro criou oito chances reais de gol mas não fez nenhum. Esbarrou na soberba atuação do goleiraço Howard, o melhor da competição.


Os EUA criaram duas chances de gol e fizeram, aproveitando-se da velocidade dos contra-ataques e de bobeiras da defesa verde-amarela.  Gols de Dempsey e do excelente meia (camisa 10) Donovan.  O time americano marcou o campo todo, deixou dois atacantes em cima dos nossos zagueiros, mostrou muita força física e ganhou as divididas e os rebotes no meio campo.  Na medida que o tempo passava e a bola não entrava os atletas brasileiros mostraram nervosismo. Resultado: 2 x 0.


Mal começou a segunda etapa e Luis Fabiano - artilheiro da competição e eleito o segundo melhor atleta do torneio - girou o corpo em cima de um zagueiro, na meia lua, e bateu rasteiro, seco, diminuindo o placar - 2 x 1.  O time brasileiro em cima, não dava espaços, queria  o empate, criava chances.  Aos 15 minutos fez um gol, numa cabeçada de Kaká, mas a arbitragem não percebeu que o goleiro americano tirou a bola de dentro. 


O empate veio aos 28 minutos, numa bela jogada de linha de fundo orquestrada por Kaká; Robinho finalizou, a pelota chocou-se na trave e ele, Luis Fabiano conferiu de cabeça - 2 x 2.  Os americanos não tinham mais aquele fôlego do primeiro tempo. Aos 39 minutos, Elano alçou bola num escanteio e o zagueiro e capitão Lúcio - que não fazia uma boa partida - testou e fez o gol do título.


Uma bela festa e muitas loas para o treinador Dunga que, gostemos ou não dele, ganhou as duas  últimas partidas contra Uruguai e Paraguai pelas eliminatórias da Copa 2010, e venceu todos os jogos dessa Copa das Confederações.


A virada contra os EUA mostrou um time com muita vontade de vencer e Dunga, com certeza, carimbou o passaporte e será o treinador da Copa, dando a volta por cima e uma resposta, em campo, aos críticos, os que não acreditavam no êxito de seu trabalho como treinador, até pela inexperiência no cargo. 



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Bafanas e vuvuzelas


A Espanha, campeã européia, penou mas conseguiu o terceiro lugar na Copa das Confederações num jogo emocionante em Rustemburgo/ África do Sul, na manhã do domingo.


A partida foi decidida na segunda etapa da prorrogação, numa cobrança de falta de Xabi Alonso que surpreendeu a defesa e o goleiro africanos que esperavam o cruzamento mas a bola foi direta ao gol aninhando-se na rede, rente a trave esquerda.



O primeiro tempo do jogo foi equilibrado, com os espanhóis tocando e os sulafricanos marcando duro e saindo em velocidade nos contra-ataques.


O jogo pegou fogo na metade do segundo tempo. Depois de uma pressão européia, o treinador Joel Santana trocou dois jogadores dos ‘bafana-bafana' e  aos 27 minutos um deles, o atacante Mphela, fez 1 x 0 levando o estádio à loucura.

Mas, aos 42 e 43 minutos o atacante d'Guiza, que também acabara de entrar, fez dois gols relâmpagos para os espenhóis, virando o jogo e calando os torcedores sulafricanos. Muitos já estavam deixando o estádio, abatidos, quando, nos acréscimos, o mesmo Mphela, iluminado, bateu uma falta do meio da rua no ângulo, empatando e levando o jogo para a prorrogação.


Os espanhóis, mais experimentados, foram felizes no lance da falta e seguraram o placar de 3 x 2, injusto para os heróicos ‘bafana-bafana'.


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Joel Natalino Santana mostrou ao mundo que é um treinador de ponta, que conhece do riscado dentro das quatro linhas. Mesmo com jogadores limitados e inexperientes, sem falar direito o inglês, ainda se adaptando à dura realidade africana, Joel conseguiu armar um bom time, bem estruturado na marcação, com toque de bola e um eficiente esquema de jogo. Um time que vendeu caro a derrota para o Brasil, já no finalzinho do jogo, e teve todas as chances de vencer a Espanha, atual campeã européia, um plantel cheio de cobras. 


Parabéns ao nosso conhecido Joel, um cara simples, treinador competente e ... figuraça!


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O craque dos ‘bafana-bafana', sem dúvida é o camisa 10 Pienaar, um mulato de trancinhas, meia-atacante canhoto que joga em qualquer bom time brasileiro.


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Curiosa e criativa a manifestação do torcedor sulafricano, num  "buuuuuu!" que ecoa por todo o estádio, a cada vez que o gigante branquelo Booth, zagueiro de 1,98m de altura toca na pelota. É o único brancão da turma dos negões e ídolo da galera.


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Inesquecível  para todos, mesmo à distância e pela tevê, o barulho de zumbido de abelhas, de um exame assanhado, da ‘vuvuzelas', as cornetas de plástico coloridas, aos milhares pelos estádios, tocadas sem parar um instante.  Único!

Já pensou se a moda pega ‘pelaqui'?


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Estádios com grandes vazios. Pobreza absoluta do lado de fora, sobretudo nas periferias urbanas. Problemas sérios de segurança nas ruas, nos hotéis ...  e um serviço de transporte de massa público, coletivo, inexistente. 

Esses são os mais visíveis problemas que a África do Sul tem de enfrentar e buscar soluções até a Copa do mundo de 2010.


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Atenção Brasil, atenção Bahia ! 


São questões que conhecemos bem, lidamos com elas cada dia.

A Copa de 2014 já se anuncia e nossa cidade, até agora, é tida como uma das sedes do grande evento esportivo internacional.

Mãos à obra, minha gente!

   

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Um Bahia murrinha


No sábado à tarde, no estádio Giullite Coutinho da Baixada Fluminense, o Bahia empatou de zero a zero com o timeco do Duque de Caxias, num joguinho ruim de machucar as vistas e um público de apenas 800 fominhas de bola nas arquibancadas.


Também, o futebol jogado não merecia muito mais que isso.

Pra começar, um campinho de várzea, com tufos de grama, muita areia e bola quicando, nervosa.


A partida foi equilibrada. O Bahia chutou duas bolas na trave adversária, uma aos 44 minutos do segundo tempo, mas o goleiro Fernando, do tricolor, também fez umas duas defesas providenciais.


O time baiano teve uma postura melhor que nos jogos anteriores fora de casa. Atacou,  chutou um pouco mais no gol adversário, mas...  ainda não encontrou um bom futebol; não é esse um time que dê alguma esperança à torcida de realizar uma boa campanha e , enfim, possa se classificar, subir para a Série A.


No sábado á tarde o Bahia joga contra  o Figueirense, em Pituaçu.

Páreo duro, o time de Santa Catarina é um concorrente direto a classificação.


De cara, o treinador Gallo terá dois desfalques, por cartões amarelos: o experiente lateral esquerdo Rubem Cardoso, que deve ser substituído pelo fogoso e afoito Ávine, prata da casa; e o eficiente frente de zaga Leandro.


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Com a saída do bom meia canhoto Leo Medeiros dos planos do treinador - ‘Não joga mais comigo e vou pedir ao presidente o desligamento dele do clube...  Ele sabe muito bem os motivos de minha decisão' , disse Gallo no microfone de uma rádio - a torcida cobra e espera a contratação de um armador de qualidade que possa arrumar o time do meio pra frente e criar situações de gol.  Urgente!


Bora Bahêêa!