Brasil e Estados Unidos (quem diria?) decidem domingo, na África do Sul, a Copa das Confederações, o ensaio para a Copa do Mundo de 2010.
Foi preciso um gol de falta aos 43 minutos, a dois minutos apenas do final do jogo,
num tiro certeiro do baiano Daniel Alves, para que o Brasil conseguisse vencer o time anfitrião, os ‘bafana-bafana' bem treinados por Joel Santana.
Para os que esperavam goleada, mais uma velha lição do futebol: camisa não ganha jogo, é preciso correr atrás da bola com vontade e jogar. O time da África do Sul correu muito, marcou com dedicação, não deixou o Brasil jogar à vontade um só minuto e, em certos momentos, teve chances de vencer o jogo.
No primeiro tempo o Brasil teve o domínio da bola mas pouco chutou no gol adversário. O time parecia sem apetite, sem muita vontade de arriscar.
No segundo tempo os meninos de Joel Santana voltaram animados, vibravam mais em campo e o time brasileiro, preso na marcação, aceitava o empate. Seria justo.
Faltando 10 minutos para o final, Dunga estranhamente retirou o lateral esquerdo André Santos e colocou Daniel Alves, que sempre atua pela direita. Iluminado, Daniel decidiu o jogo no finalzinho.
Parabéns a Joel Santana pelo esquema armado e pelo time que conseguiu montar, com bom toque de bola e disciplina tática. Os Bafana-Bafana vão dar muito trabalho na Copa.
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O adversário do Brasil no domingo é a seleção dos EUA que, na quarta, surpreendeu o mundo do futebol vencendo a Espanha, Campeã Européia, por 2 x 0, classificando-se ao final de um jogo em que os europeus não conseguiram furar o bloqueio norte-americano e, em duas bobeiras defensivas, entregaram o jogo.
Os espanhóis entraram em campo já mirando o Brasil na final. Não viram os EUA no caminho e tropeçaram, foram surpreendidos.
A Espanha tinha 35 jogos sem perder, 15 vitórias seguidas e vinha exibindo um futebol convincente, mas ... como dizem os entendidos, ‘ a bola não perdoa' quando há menosprezo ao adversário.
Os espanhóis, que em termos de seleção nacional não ganham títulos há muito tempo, costumam repetir com amarga ironia: ‘Jogamos como nunca; perdemos como sempre'.
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Pois que o time de Dunga não entre de saltinho alto na final. Os EUA têm um treinador tinhoso, bom goleiro, uma defesa dura e aplicada, um meiocampista que sabe jogar chamado Donovan e um negão de 19 anos chamado Altidore, dobrado e ágil no ataque.
Time por time, no papel, somos superiores; temos jogadores mais habilidosos, história e somos favoritos. Já aplicamos 3 x 0 neles outro dia. Mas cada jogo é um jogo...
Os espanhóis também se julgavam ‘os tais' e ficaram pelo caminho.
Entonces, é preciso atuar com vontade, correr, vibrar, disputar cada bola, a defesa não dar vacilo e Kaká e Robinho jogarem um pouco mais, coletivamente.
Em futebol não se ganha de véspera.
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Cá no Patropi, os gaúchos nos metem inveja.
O Grêmio disputa com o Cruzeiro (MG) uma vaga na final da Taça Libertadores de América. Os mineiros venceram o primeiro confronto em BH, 3 x 1. Tem volta em Porto Alegre.
O Internacional, colorado dos pampas, está decidindo o título da Copa do Brasil com o Corinthians (que venceu a primeira em SP por 2 x 0) . E, em dois jogos, decide a Recopa, competição sul-americana, com a LDU do Equador.
O Inter que comemora 100 anos quer chegar a 100 mil sócios ainda este ano.
O futebol gaúcho nas pontas, nas manchetes com seus dois principais clubes, eternos rivais.
Pergunto de olho gordo: Quando veremos o futebol baiano assim... com Bahia e Vitória disputando títulos nacionais e internacionais? Será que algum dia ...?
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O Vitória joga no sábado, no Barradão, contra o Santo André (SP).
O treinador Carpegianni deve lançar o lateral Leandrinho, recém contratado, de volta ao clube que o projetou nacionalmente. Um bom resultado garante o rubronegro baiano entre os primeiros colocados da Série A. A torcida começa a se animar com o time invicto na sua Toca do Leão.
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Já o Bahia, depois do vexame no empate de 1 x 1 contra o Ipatinga (MG) em Pituaçu, teve uma semana agitada de olho no confronto contra o Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, sábado.
O preparador físico do time foi dispensado, depois de receber críticas pelo mau condicionamento atlético dos jogadores na segunda etapa dos jogos e, mais recentemente, responsabilizado também por freqüentes lesões musculares no plantel.
Ainda nesta semana, liderados pelo capitão Nem, os jogadores se reuniram a portas fechadas pra ‘lavar roupa suja'. Cobranças de maior empenho nos jogos e nos treinamentos, e uma nova postura em campo já contra o Duque de Caxias, para que o desespero que se espraia pela torcida não acabe de vez com as esperanças de o clube subir este ano para a Série A.
Teve mais: o atleta mais bem pago do clube, o meia canhoto Léo Medeiros, tido como um dos destaques técnicos do plantel, foi desligado do grupo e, por determinação da comissão técnica, só treina separado dos colegas que vêm jogando.
Ninguém sabe ao certo o motivo pelo qual o atleta caiu em desgraça e se algum dia voltará a vestir em campo a beca tricolor.
Há muita gente acomodada no come-e-dorme do time de Itinga.
É preciso uma sacudidela no grupo e isso já começou a acontecer, antes que a vaquinha atole no brejo.
Sai da lama, Bahêa!!!