Jogando de sapato alto, em determinados momentos dando a impressão de que estavam satisfeitos com 0x0, o Brasil venceu a África do Sul em puro lance de sorte, bola parada e falta bem cobrada pelo lateral Daniel Alves, o qual, entrou para mudar o placar do jogo. Brasil 1x0 no sufoco.
Não foi fácil vencer as vuvuzelas, a bênção de Nelson Mandela e, principalmente, Joel Santana. As 48.049 pessoas que foram ao Ellis Park viram os "Bafana Bafana" dominarem a partida, mas a sorte do time de Dunga prevaleceu e o Brasil vai enfrentar os Estados Unidos na final da Copa das Confederações , domingo.
Joel afirmou antes do jogo que não deixaria os donos da casa na retranca. No início, não foi isso que aconteceu: a África do Sul se fechou lá atrás e conseguiu segurar os brasileiros. Mas os "Bafana" gostaram do jogo, foram para o ataque e tiveram boas oportunidades de marcar. O contra-ataque da seleção brasileira pouco funcionou e o gol só saiu nos minutos finais em cobrança de falta, quando a torcida já esperava prorrogação. Daniel Alves havia entrado no lugar de André Santos, lateral-esquerdo, pouco antes.
Esta foi a terceira partida entre Brasil e África do Sul, todas em Joanesburgo. Duas vitórias brasileiras: 3 a 2, em 1996, e 3 a 1, um ano depois, em amistosos. Os sul-africanos enfrentam agora a Espanha, também no domingo, pela disputa do terceiro lugar.
Retranca de Joel não deixa o Brasil se criar
O primeiro chute a gol só saiu com 12 minutos, de Ramires, nas mãos do goleiro Khune. Joel armou a África do Sul na defesa e deixou Parker isolado na frente. Conseguiu segurar o Brasil no início. Para alegria das vuvuzelas, que não pararam de fazer barulho um só minuto no Ellis Park, os donos da casa gostaram do jogo e foram mais perigosos na etapa inicial.
Aos 13, Gaxa quase marcou ao bater da direita, perto da trave do goleiro brasileiro. A África do Sul voltou assustar Julio César aos 21: após falta da direita, Lúcio não subiu e Mokoena tocou de cabeça por cima do gol.
Principal arma brasileira, os contra-ataques não surtiam efeito. A todo instante, o mesmo grito na arquibancada: "Booooooth". Sinal que o zagueiro Booth, o único branco titular da África do Sul, estava se dando bem contra os atacantes brasileiros.
Aos 27, Luisão fez falta perigosa em Parker, perto da área. Tshabalala cobrou bem, mas Julio César colocou para escanteio. Logo em seguida, Felipe Melo recebeu o primeiro cartão amarelo do Brasil na Copa das Confederações.
A seleção de Dunga assustou os donos da casa aos 30: a bola sobrou para André Santos na esquerda, o lateral bateu cruzado com força e obrigou Khune a se esforçar para defender.
Apesar do frio de 7º, a partida esquentou nos minutos finais. Aos 38, o Brasil teve sua melhor chance. Em jogada individual, Kaká dominou pela esquerda, avançou, driblou Mokoena na entrada da área e chutou rente à trave sul-africana. Três minutos depois, o contra-ataque funcionou de novo: Ramires roubou pela direita e deixou com o novo craque do Real Madrid, que arrancou até a área e bateu no cantinho esquerdo, mas Khune salvou. A África do Sul respondeu aos 42, também com perigo: Pienaar arriscou de fora da área e a bola passou muito perto do gol de Julio César.
Para tentar furar o bloqueio armado por Joel, o Brasil começou o segundo tempo já procurando o ataque. Robinho tentou logo aos dois minutos, de fora da área, para fora. Em cinco minutos, o time de Dunga conseguiu dois escanteios.