Foi vergonhosa e mais uma vez preocupante a atuação do Bahia na Boca do Jacaré, o estádio de Taguatinga/DF, contra o Brasiliense. Medroso e covarde, marcando frouxo levou um gol logo aos 6 minutos, quando o veterano Fábio Jr deu um nó no zagueiro Evaldo e escolheu o canto. O time amarelo passeou e perdeu gols. Aos 35 minutos, a zaga tricolor apreciou o veteraníssimo Iranildo ajeitar de fora da área e acertar o ângulo.
Pouco adiantou o treinador Gallo retirar um zagueiro para colocar em campo o baixinho Paulo Roberto. O time não conseguia trocar um passe.
No final do primeiro tempo o Brasiliense ficou com um jogador a menos em campo, expulso por jogo violento. Com um atleta a mais, o Bahia teve o domínio inócuo da bola; tocou e tocou para os lados, cruzou pelo alto ... e nada. Num contra-ataque, aos trinta e poucos, o Brasiliense fechou o caixão com um chute de fora da área que resvalou na perna de um zagueiro e entrou no pé da trave.
Lembrei-me do velho mestre Evaristo de Macedo com suas tiradas óbvias. Alguém tem de reunir o grupo de jogadores do Bahia e dizer: " Meu filho, só se joga pra vencer. Pra vencer, no futebol, é preciso fazer gols; e gols só se faz chutando. Quem não chuta não faz, sem chutar em gol não se ganha".
Receio de chutar? É só entrar num avião e o Bahia vira um timeco de terceira... ou é tremedeira, medo de voar? A devota torcida não merece. Esperar o quê?
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Ainda rende buxixo o chilique preconceituoso protagonizado pelo diretor do Vitória Jorginho Sampaio, diante de câmaras e microfones, contra a bandeirinha/auxiliar de arbitragem de Tocantins Márcia Bezerra, que não viu o gol do rubronegro contra o Palmeiras, no domingo.
- Ela é incompetente! Mulher tem de apitar jogo de mulher, não pode apitar jogo de homem - esbravejou o dirigente, as bochechas coradas de ódio.
Pegou mal. Até porque árbitros e bandeiras machões erram a cada jogo, pelos naturais limites humanos e circunstâncias de jogo. Inclusive erram muito também em favor do Vitória. Só lembrando, o segundo gol da decisão do campeonato baiano, no Barradão, foi um impedimento escandaloso de dois atletas rubronegros. E aí ? Maradona fez gol de mão numa Copa do Mundo contra a poderosa Inglaterra, ‘ la mano de Dios!'. A própria Inglaterra venceu um mundial em 66, em Wimbledon, contra a Alemanha, com erro crasso de arbitragem. Coisas de jogo, futebol é assim, é jogo de bola e bola é fêmea!
No caso da bandeirinha acusada por Jorginho, ela não poderia ver a bola entrar porque estava longe, do lado contrario onde o lance aconteceu e, por cima, o corpo do goleiro
Marcos encobria a bola que ultrapassou a linha antes de ser estapeada pelo goleiro. Não houve má-fé ou incompetência dela. No caso, a responsabilidade maior seria do árbitro, que lavou as mãos. Foi uma infelicidade, circunstância de jogo.
O próprio atacante Roger, que testou a bola, ficou na dúvida e perguntou para os repórteres que ficam no fundo do gol se a bola entrou. Um radialista, paulista e palmeirense, óbvio, disse que não. A TV mostrou isso, claramente. E o atacante nem reclamou.
Então, o destempero de Jorginho, mais um, é choro de quem não soube ganhar um jogo que estava nas mãos. O Vitória abusou de perder gols fáceis e a defesa deu mole no final. No mais, futebol não é pagode. O campeonato está apenas no começo, teremos muitos erros e acertos de arbitragens pela frente. O time precisa de tranqüilidade dentro e fora de campo para vencer seus jogos.
Portanto, acalme-se Jorginho! E deixe as mulheres em campo. Já tivemos Margarida e Armando Rosa Nunes Castanhera Marques apitando e borboleteando nos estádios... Sou mais elas, as mulheres, mais belas!
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Hoje, quarta, à noite, tem Seleção Brasileira contra o Paraguai no Arrudão, em Recife.
Depois dos 4 x 0 contra o Uruguai a torcida espera uma goleada. Não é bem assim. Pode até acontecer, mas... cada jogo é um jogo. O Paraguai, óbvio, vem bem fechadinho, não vai dar espaços e jogará esperando algum erro brasileiro para fazer um gol. O time guarani não é bobo e tem o gorducho Cabanas, um finalizador manhoso.
Se o escrete canarinho conseguir um gol no início pode abrir a porteira e o jogo fica mais fácil. Mas a tendência é jogo duro, murrinhento.