Esporte

GALO NÃO É O TÉCNICO PARA LEVAR O BAHIA A 1ª DIVISÃO, POR IVAN DURÃO

Ivan Durão, economista, empresário e sócio do Bahia.

| 19/05/2009 às 09:15
Bola na rede com o Bahia só acontece no primeiro tempo
Foto: Arquivo
   Começamos o ano com grande expectativa em relação ao nosso E. C. Bahia. Inicialmente pela eleição do presidente Marcelo Guimarães Filho, por tudo que sua eleição representava naquele momento do Clube, como já disse em comentários anteriores; depois, pela escolha de Paulo Carneiro para gerir o futebol, pelo seu conhecimento, experiência, relacionamento e visão, o que nos levou a vislumbrar um novo tempo de contratações e qualificação do elenco, o que, num primeiro momento pareceu que realmente aconteceria, já que vimos qualidade em jogadores como Marcelo, Nem, Élton, Leandro, Élton Luiz, Beto, Patrício e Rubens Cardoso, Léo Medeiros, Reinaldo e tantos outros que compõem o elenco.

  Alguns não se mostraram capazes de dar o resultado que todos nós depositamos no início, inclusive Patrício, Reinaldo, Léo Medeiros, e tantos outros, alguns, inclusive já dispensados, outros, certamente também serão.

  Devo ressaltar que, desde o início não concordei com a contratação do técnico Alexandre Galo, porém isso pouco ou nada importa, já que minha opinião e nada é a mesma coisa para a direção do Bahia. 

  Hoje, o que era uma intuição, ou análise a partir do conhecimento que tenho da atuação dos técnicos do futebol brasileiro, afirmo que Alexandre Galo, de fato, não é o técnico que precisamos para ajudar a fazer o Bahia voltar para a Série A. Isto na minha opinião, respeitando quem pensa diferente. Aliás, o considero como o maior responsável (não o único) pela perda do título baiano, em função dos vários erros ou equívocos cometidos durante toda a competição.

   Transformamos-nos num time de um só tempo, já que, seja por erros nas substituições de jogadores ou de mudança tática, em 90% dos jogos voltamos do intervalo jogando de forma bisonha. Aliás, após a saída do preparador físico as coisas pioraram. Pode ser coincidência?


   Todos nós sabemos o quanto é difícil montar um elenco, principalmente com poucos recursos, num mercado inflacionado como o brasileiro; porém, temo que, mais uma vez, possamos insistir em não enxergar o óbvio, e, por teimosia ou vaidade, não reconheçamos que algumas peças não corresponderam e que, dificilmente irão acertar.

   Assim, considero urgente que possamos encontrar um "camisa 10" que resolva o problema de criação do time, além de laterais que sejam eficientes na marcação e/ou no apoio. Sei que a alegação é falta de dinheiro, mas alguma coisa tem que ser feita, e aí, só quem está no comando, juntamente com seus auxiliares, têm condições objetivas de encontrar solução. E elas existem!  

   Porém, tão urgente quanto qualificar o elenco, é encontrar um treinador que dê padrão de jogo ao time e que dê equilíbrio tático durante toda a partida. O segundo tempo do jogo com o Vitória na final do campeonato e contra o Paraná foi lamentável; e a partida contra o São Caetano foi vergonhosa!

   Graças a Marcelo, não tomamos uma goleada histórica! Parecia um bando de jogadores absolutamente perdidos em campo, sem função tática definida. Está claro que Alex Maranhão não é o jogador para ser titular nesse momento. Pode até ser que, encontrando sua melhor forma técnica, seja útil; porém, atualmente é um absurdo Élton Luiz ficar no banco assistindo aos jogos (quando é relacionado), já que, em minha opinião, é o melhor jogador de criação que temos no elenco, sem, contudo, achar que é a solução definitiva.

   Portanto, ou requalificamos urgentemente o elenco e o comando técnico, ou vamos amargar mais um ano de frustração. Acredito que Marcelo Guimarães e Paulo Carneiro têm visão e competência para fazer as mudanças necessárias. Meu medo é que se repita o que vimos em anos anteriores, ou seja, esperar demais e, quando tentar resolver, ser tarde demais!

   As condições objetivas para viabilizar recursos terão que ser encontradas pelas pessoas que detêm o poder no Clube, afinal de contas, foi para isso que aceitaram o desafio de dirigi-lo. Se precisarem de apoio de pessoas que possam ajudar, dispam-se de vaidades e identifiquem essas pessoas. A pior situação em qualquer organização é a presença de "assessores" que dizem amém para tudo, não contribuindo, portanto para o fortalecimento da instituição.


   Ainda dá tempo. Ainda acredito, afinal, hoje temos uma base no elenco, que, com alguns ajustes poderemos alcançar uma das maiores metas (e promessas) do presidente Marcelo que é o retorno para a série A; a segunda, que também acredito, é a alteração do Estatuto para que haja eleição direta para o próximo mandato.