O Vitória fez apenas o dever de casa e, no Estádio Armando Oliveira, em Camaçari, derrotou o time local por 2x0. O Vitória só tocava e pouco chegava ao gol. Mas o motivo não foi uma tarde pouco inspirada, mas o esquema tático do Camaçari. Nos lances ofensivos rubro-negros, parecia que o time mandante tinha 11 zagueiros. Todos defendiam e fechavam as possibilidades de ataque vermelho e preto.
Apodi infernizou o lado direito do Armando Oliveira. A sua velocidade acima do comum e a raça se juntou a pontaria inspirada da 12ª rodada. Aos 32 minutos, o ala provou que também está aprendendo a cruzar.
Após confusão na área, Apodi roubou a bola e cruzou redondinho para a cabeça de Washington, que fez o mais fácil. Na comemoração, Apodi apontou para o pé, indicando que o calibre foi ajustado nos cruzamentos.
Se na primeira etapa o jogo foi burocrático, o retorno do intervalo foi diferente: chato. Muito chato, inclusive. Novamente o Camaça voltou todo na defesa e o ataque da capital não foi competente para furar o esquema defensivo. E, assim como no primeiro tempo, o representante do pólo aproveitava os contra-ataques e até conseguiu em alguns momentos ser melhor que o líder.
O técnico Mauro Fernandes tentou até mudar, colocando sangue novo, como Kleiton Domingues e Bosco, mas não adiantou. O Vitória parecia satisfeito com o placar e apenas tocava bola no meio-campo. Até o destaque Apodi recuou e deixou o tempo passar, sem se esforçar com seus arranques.
Porém, outro gol tinha que sair. E mais uma vez tinha que ser de Nadson. Quando a torcida já saia do estádio, Willian foi derrubado na área. Nadgol bateu e fez seu 8º gol na competição.
JOGO DO BAHIA
O Bahia abriu o placar com gol polêmico. O goleiro do Conquista defendeu a conclusão de Fernando, mas o auxiliar Luis Carlos Oliveira correu para o meio, apontando que a bola havia entrado. O árbitro Rodrigo Cintra validou o gol, que rendeu polêmica.
Se houve dúvida quanto à regularidade no gol, não havia sobre qual dos times era o melhor. O Bahia pressionava tanto que, aos 16 minutos do primeiro tempo, todos os zagueiros do Bode já tinham recebido cartão amarelo. O tricolor continuou em cima e ampliou aos 27, em cobrança de falta de Léo Medeiros.
Ferreira até tentou desmontar seu indefectível esquema de três zagueiros ao tirar Braz para colocar o meia Mica. Não deu certo e o Conquista ficou mais bagunçado ainda. Tanto que, no segundo tempo após receber os aplausos da torcida, o Esquadrão foi ainda mais incisivo.
Com grande atuação de Beto, o Bahia construiu a goleada na etapa complementar e voltou a fazer um afago em seu torcedor. O primeiro gol do baixinho foi em lance de puro oportunismo, mas o segundo foi de encher os olhos. Ele percebeu o goleiro adiantado e colocou no ângulo, recebendo aplausos de pé da galera extasiada.
Gallo se deu ao luxo ainda de colocar em campo dois pratas-da-casa - o zagueiro Bruno Neves e o volante Diogo - e de promover a estreia do meio-campo Thiago Carpini. Mesmo assim, o time continuou bem e só não fez mais por causa do egoísmo de Beto e da incompetência de Reinaldo.
E o Conquista até conseguiu marcar o seu golzinho de honra no final. Alessandro Azevedo, em bela cobrança de falta, aproveitou-se da insegurança do goleiro tricolor, aliviado com a reabilitação da equipe. "A gente estava precisando ganhar depois de ter perdido a invencibilidade, né?", disse o meia, que recebeu o terceiro cartão amarelo e salta o duelo de quarta, diante do Feirense, no Jóia da Princesa.
CORINTHIANS X PALMEIRAS
Quase 45 mil pessoas lotaram o estádio Prudentão para acompanhar o clássico entre Palmeiras e Corinthians e, claro, ver Ronaldo em ação. O Fenômeno entrou no segundo tempo, carimbou a trave e mudou a história da partida: marcou de cabeça o gol de empate por 1 a 1, aos 47 minutos, subiu no alambrado e comemorou com os torcedores (assista ao lance). O Fenômeno abrilhantou a história do clássico e disse não se aguentar de tanta emoção. O alambrado caiu e a Polícia teve de conter uma torcida alucinada com a atuação triunfal do camisa 9.
Com o resultado, o Verdão segue na liderança do Paulistão, com 29 pontos e um jogo a menos. O Timão tem 26 pontos, e permanece na segunda posição. Na próxima rodada, o Palmeiras encara o Ituano fora de casa, e o Corinthians recebe o São Caetano. Os dois jogos são nesta quarta-feira.
A entrada das duas equipes em campo foi digna de um espetáculo. Jogadores entraram juntos, assim como Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes, que passaram um clima de paz e cordialidade. No Prudentão lotado, a torcida também se divertia. O único problema para todos era o forte calor que fazia no interior do estado. Ronaldo sentou-se ao banco e aguardou pelo momento de fazer parte do clássico.
Times fechados, galinhas e Ronaldo auxiliar
O jogo começou muito pegado para os dois lados. E logo aos três minutos, um lance polêmico. Diego Souza caiu na área em disputa de bola com Fabinho. Mas o árbitro não entendeu que houve pênalti e mandou seguir. As duas equipes conduziam a bola com velocidade, mas demoraram a concluir e assustar os goleiros. O Timão tentava jogar em cima de Marcão, que abusava das faltas e recebeu cartão amarelo. Mas, aos 15, foi o Verdão apareceu bem: Maurício Ramos subiu mais do que os adversários e cabeceou, obrigando defesa difícil de Felipe (assista ao vídeo).
O Alviverde, que no começo não encontrava Keirrison, passou a se aproximar mais do atacante com Diego Souza e Cleiton Xavier. Enquanto isso, à beira do campo, Mano tinha um auxiliar: Ronaldo ajudava a orientar os companheiros. E teve ainda mais tempo para isso aos 22 minutos, quando o árbitro parou a partida para que todos pudessem se hidratar, devido ao forte calor. O Fenômeno conversou com os titulares e deu dicas, e até molhou toalhas para colocar na cabeça dos jogadores, que sofriam com o sol forte e a temperatura em torno dos 35ºC.
Depois de muita água e algumas instruções, os times retomaram a partida. A curiosidade agora ficava por conta de duas galinhas, que assistiam ao jogo da beira do gramado, em posição privilegiada. E Luxa, também vendo tudo de perto, percebeu que Marcão era o alvo dos corintianos, principalmente de Jorge Henrique, e inverteu a posição do zagueiro, que passou para o meio. Danilo foi para a esquerda.
Os dois times, recheados de jogadores de defesa e postados com muita cautela, seguiam tendo dificuldades para criar e concluir as jogadas. Apenas esperavam. Keirrison voltava a ficar isolado. Aos 35, Jorge Henrique descolou um lançamento para Douglas, mas foi muito forte e o jogador não conseguiu arrematar. Aos 42, em um cruzamento na área, Sandro Silva agarrou Chicão por trás, e este revidou com uma cotovelada. O árbitro não viu o lance violento. E Marcão, que já havia recebido o cartão, também não deixou de ser duro em vários momentos. Mano reclamava da paciência da arbitragem com o jogador palmeirense.