Antes do jogo, o técnico da Itália, Marcello Lippi, avisou: o Brasil é a melhor seleção do mundo tecnicamente. E o italiano sofreu na pele com isso nesta terça-feira, na primeira partida da equipe brasileira no ano. Com golaços de Elano e Robinho, companheiros de Manchester City, e boa atuação, o time de Dunga venceu a Azzurra por 2 a 0 no Emirates Stadium, em Londres, e acabou com a igualdade que existia no clássico.
Agora, o Brasil tem seis vitórias contra cinco da Itália em 13 confrontos. A seleção brasileira soma 21 gols, contra 19 da atual campeã do mundo. As equipes vinham de dois empates: 3 a 3 no Torneio da França, em 1997, e 0 a 0 na final da Copa do Mundo de 1994, decidida nos pênaltis a favor do Brasil. O último triunfo tinha sido da seleção brasileira em 1989, por 1 a 0, em Bolonha.
Para acabar com o empate histórico entre os dois últimos campeões do mundo, o time de Dunga contou com um dia inspirado de Elano e Robinho, autores de belos gols no primeiro tempo. O do camisa 10 do Manchester City teve direito até a pedalada, para delírio da torcida que lotou o estádio do Arsenal.
Sequência invicta da seleção | ||
Data | Jogo | Competição |
18/06/2008 | Brasil 0 x 0 Argentina | Eliminatórias |
07/09/2008 | Chile 0 x 3 Brasil | Eliminatórias |
10/09/2008 | Brasil 0 x 0 Bolívia | Eliminatórias |
12/10/2008 | Venezuela 0 x 4 Brasil | Eliminatórias |
15/10/2008 | Brasil 0 x 0 Colômbia | Eliminatórias |
19/11/2008 | Brasil 6 x 2 Portugal | Amistoso |
10/02/2009 | Brasil 2 x 0 Itália | Amistoso |
Com a vitória, o Brasil completou uma sequência de sete partidas sem perder. A última derrota foi em 15 de junho de 2008, 3 a 0 para o Paraguai. Depois, a equipe teve três empates de 0 a 0 e triunfos sobre Chile (3 a 0), Venezuela (4 a 0), Portugal (6 a 2) e agora Itália. O próximo jogo da seleção brasileira é no dia 29 de março, contra o Equador, em Quito, pelas eliminatórias.
Dunga, que espanta a sombra de Luiz Felipe Scolari com o resultado, surpreendeu ao escalar Felipe Melo, convocado pela primeira vez, como titular no meio-campo. Sem Kaká, machucado, o técnico optou ainda por Elano, que completou o setor com Gilberto Silva e Ronaldinho Gaúcho.
A formação deu certo. Felipe Melo teve bom desempenho, apesar da falta de entrosamento, e Elano acabou abrindo o placar. No ataque, Robinho desequilibrou ainda no primeiro tempo, com um golaço. Ronaldinho participou bem, principalmente na etapa inicial, mas Adriano não brilhou e saiu para a entrada de Alexandre Pato no segundo tempo.
Domínio brasileiro
no primeiro tempo
Mas a história do jogo poderia ter sido diferente. Logo aos três minutos, Grosso recebeu lançamento de Pirlo em posição legal e tocou para o gol. Mas o juiz anulou a jogada, marcando impedimento, em lance difícil.
O Brasil passou a dominar a partida. Um minuto depois, Robinho foi mais rápido que Cannavaro, dominou na área e bateu, mas o zagueiro se recuperou e cortou no momento do chute.
A seleção de Dunga continuou com mais posse de bola e foi recompensada aos 12. Ronaldinho rolou para Elano, que tocou de primeira para Robinho de calcanhar e correu. O camisa 10 do Manchester City lançou o companheiro, que invadiu a área e bateu na saída de Buffon: 1 a 0, golaço de Elano.
Era só o primeiro golaço da noite. O segundo saiu aos 26. Pirlo bobeou na entrada da área, o ex-santista roubou a bola, pedalou na frente de Zambrota, deu belo drible e bateu de canhota, no cantinho de Buffon: 2 a 0, agora gol de placa de Robinho.
No intervalo, Robinho trocou de camisa com o amigo Cannavaro, seu ex-companheiro de Real Madrid, e lembrou a aposta que fez com o zagueiro de marcar um gol na Azzurra:
- Já tirei um sarro dele - disse o atacante à TV Globo na saída do gramado.
A Itália voltou diferente no segundo tempo. Bem diferente. Lippi fez logo quatro substituições no intervelo e aos 13 colocou Aquilani no lugar de De Rossi. O técnico acabou mexendo em todo o ataque e o meio-campo. E a Azzurra melhorou.
O Brasil passou a ter mais dificuldades para chegar perto do gol de Buffon e as jogadas ofensivas da Itália melhoraram. A rede chegou a balançar aos 19, mas, desta vez, o árbitro acertou e anulou o gol de Luca Toni, que dominou com a mão dentro da área.