Esporte

CONSELHO DO ESPORTE CLUBE BAHIA É ILEGAL, POR NESTOR MENDES JR

Nestor Mendes Jr., jornalista, é autor de “Bahia Esporte Clube da Felicidade – 70 anos de Glórias”.

| 05/12/2008 às 19:07
O Esporte Clube Bahia e sua imagem atual junto aos torcedores
Foto: Foto: Ils
  Saiu a lista dos 300 conselheiros do Bahia, que não é a mesma de há três anos. Como nunca foi registrada em cartório, foi preenchida agora, segundo a conveniência do grande coveiro do Bahia, Paulo Virgílio Maracajá Pereira.


  A lista é totalmente ilegal. Para demonstrar esse fato, só vou pinçar um nome da relação dos "próceres" tricolores, o do grande tricolor Reub Celestino, comprovando realmente que a lista foi enxertada. Na eleição (sic) do atual Conselho, em 6 de janeiro de 2006, o nome do economista não constava, porque simplesmente não poderia constar: o presidente da Cesta do Povo até hoje não é sócio do Esporte Clube Bahia.


  E como ser conselheiro sem ser sócio? Pode?


  Aqui abro um parêntesis para explicar que Reub Celestino aceitaria ser o candidato de transição, através de um entendimento entre oposição e situação, via consenso, ultrapassando esta questão estatutária. Aliás, no lançamento  do manifesto de apoio ao nome de Reub, publicado em jornais baianos no dia 11.11.2008, Movimento Unidade Tricolor, Associação Bahia Livre e Revolução Tricolor já alertavam:


  "Consultado sobre a decisão, Reub se disse disposto a aceitar a missão, desde que condicionada a um sinal positivo do governador Jaques Wagner - o que efetivamente ocorreu - e à liberação de sua inscrição como sócio...".


  Reub Celestino, pessoa ética, honrada, profissional testado e aprovado na iniciativa privada e no serviço público, está à disposição para confirmar a informação, que põe a nu a farsa eleitoral no Esporte Clube Bahia. Aliás, este episódio, é apenas a ponta de um iceberg de ilegalidade e imoralidade que marca os 35 anos da ditadura Maracajá.


  Querem outro exemplo para investigação: o deputado petista Nelson Pelegrino também é conselheiro sem ser sócio. Recebeu em Brasília um envelope com o título de membro do Conselho, embora nunca tenha se associado, de fato, ao Esporte Clube Bahia. Pelegrino - um homem associado à ética e à democracia - também não se furtará ao testemunho da verdade.


  Um outro caso típico desse festival de desprezo pela lei, misturado às típicas trapalhadas de quem sempre fez maracutaia sem oposição nem vigilância, é que esqueceram de botar o vice da chapa situacionista, Gilberto Bastos, na "nova" lista do Conselho. Resta agora exigir, também, o título de sócio do fazendeiro.


  Aliás, para reverenciar o grande poeta Drummond, vale indagar: além de sócio oculto, será ele fazendeiro do ar?


  Na lista dos conselheiros não consta sequer o respectivo número do título patrimonial. A questão da adimplência dos que realmente são sócios e conselheiros é outra boa investigação para ser feita nas barras dos tribunais.


  Não vou entrar no mérito dos nomes que compõem o Conselho para não causar injustiças. Mas como respeitar um colégio eleitoral onde se mistura nepotismo e compadrio, povoado de cupinchas, serviçais, familiares, vizinhos e testas-de-ferro de Maracajá e Marcelo Guimarães? Ao todo já foram comprovados, em menos de 24 horas após a divulgação da lista, quase 90 nomes - ou seja, 30% dos sufragantes - nestas condições.


  Colocamos o guizo no gato. Agora cabe à nós, sócios e todos os torcedores que clamam por mudanças no Esporte Clube Bahia, não de deixar o gato escapar, para que a Justiça cumpra o seu papel de caçar os ratos dos Fazendão.