O técnico Dunga aliviou a pressão que tinha sobre si após a derrota para a Argentina nas semifinais da Olimpíada de Pequim. Na noite deste domingo, pelo encerramento da sétima rodada das Eliminatórias à Copa do Mundo de 2010, a Seleção Brasileira venceu o Chile por 3 a 0, no Estádio Nacional, em Santiago, se recuperou dos recentes tropeços na competição e alcançou a rival Argentina na classificação para o Mundial da África do Sul.

  O Brasil chega aos 12 pontos e se iguala à Argentina em todos os critérios de desempate da tabela. Ambas as seleções empatarm sem gols no Mineirão, na última rodada, o que as deixa rigorosamente empatas na seguinda colocação da tabela, dois pontos atrás do líder Paraguai.

  Além de amenizar as críticas, o treinador quebra um importante tabu. A Seleção Brasileira não vencia um jogo fora de casa pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo desde o classificatório para o Mundial da Alemanha, há quase quatro anos. A última vez havia sido no dia 9 de outubro de 2004, quando goleou a Venezuela por 5 a 2, em Maracaibo.

  LUIS FABIANO

  A derrota frustra os planos chilenos de entrar na zona de classificação à Copa de 2010 e deixa o país na sexta colocação da tabela com dez pontos, mesmo número da Colômbia, mas com desvantagem nos critérios de desempate.

  O duelo deste domingo em Santiago foi marcado pelo nervosismo de ambos os lados. Os brasileiros precisavam da vitória, enquanto os mandantes queriam mostrar que a camisa amarela não é mais intimidatória. Valendo-se, é claro, da má fase da equipe de Dunga, que jogou bem, conseguiu superar as falhas iniciais e poderia ter goleado, não fosse o pênalti perdido por Ronaldinho.

  No começo, entretanto, as duas equipes tiveram boas chances. Aos 7min, Vidal arriscou de fora da área e Júlio César fez boa defesa. Dois minutos se passaram e a resposta veio com a dupla de ataque brasileira. Luís Fabiano tocou de calcanhar e Robinho entrou na cara do gol, exigindo boa presença de Bravo.

  O Chile voltou a assustar aos 13min. Estrada bateu escanteio, Suazo dominou na entrada da área e finalizou por cima do travessão, com Júlio César caído. Aos 20min, antes que os chilenos pudessem se considerar melhores no jogo, o Brasil foi além de igualar as chances de ataque.

  Ronaldinho bateu falta pela intermediária, Luís Fabiano desviou de cabeça, mesmo de costas, e conseguiu acertar o canto esquerdo de Bravo, anotando o primeiro gol brasileiro.

   O gol não intimidou os chilenos, que voltaram a pressionar aos 27min. Suazo recebeu bom passe da entrada da área, dominou, fez o giro e bateu por cima do travessão. Mas, aos poucos, a Seleção ia se superando.

   Aos 33min, Estrada entrou de sola em Diego e a arbitragem marcou penalidade. Dois minutos depois, Ronaldinho cobrou o lance e Suazo espalmou para escanteio, evitando mais um gol brasileiro. No minuto seguinte, o camisa 10 bateu escanteio na primeira trave, Maicon desviou e o goleiro chileno salvou de novo.

  Aos 44min, com maior tempo de posse de bola, o Brasil ampliou sua vantagem. Lúcio cobrou falta pela defesa, Luís Fabiano dominou mal e a bola sobrou para Robinho, que bateu no canto direito de Bravo.

  Com 2 a 0 de vantagem no placar, o Brasil voltou do intervalo com maior calmo. Acabou beneficiado por um lance infeliz de uma das principais estrelas chilenas. Aos 16min, Valdívia deixou a sola sobre Luís Fabiano e recebeu o vermelho direito.

  Compensou a falha do lateral-esquerdo Kléber alguns minutos antes. Logo no início da etapa final, o jogador do Santos havia sido expulso e chegou a animar os mandantes. Alegria que durou pouco.

  Com ambos os times contando com dez jogadores, ficou fácil para o Brasil. Aos 37min, com total domínio dentro de campo, Maicon foi ao ataque e cruzou para a área. Luís Fabiano dominou de peito, ganhou de Medel e tocou entre as pernas de Bravo, marcando seu qtrto gol e virando um dos artilheiros das Eliminatórias ao lado de, entre outros, Riquelme, da Argentina.

  Sem Kléber e Gilberto Silva, que cumprem suspensão automática - o segundo por acúmulo de cartões amarelos -, o Brasil tenta comprovar a boa fase diante da Bolívia, na próxima quarta-feira, às 21h50 (de Brasília), no Engenhão. O Chile, no mesmo dia, recebe a Colômbia, novamente em Santiago, disposta a se recuperar do tropeço caseiro.