Sem concorrentes, Isinbayeva teve tranquilidade para cumprir o objetivo pelo qual foi a Pequim: quebrar recordes. O primeiro foi difícil, precisou das três tentativas, mas a russa saltou 4,95 m e quebrou seu próprio recorde olímpico, de Atenas 2004, de 4,91 m.
Mas, para a russa, ainda era pouco. Disposta a ir para o tudo ou nada, Isinbayeva subiu o sarrafo para 5,05 m e, assim como nos 4,95 m, precisou de três oportunidades para quebrar mais um recorde que pertencia a ela, o mundial, que antes era de 5,04 m.
Repetindo sempre o mesmo mantra secreto antes de tentar o salto sobre o sarrafo, o dia foi da russa no Ninho de Pássaro. Para garantir a medalha de ouro, ela precisou saltar apenas duas vezes na decisão desta segunda, a última delas em 4,85 metros, marca não superada por nenhuma concorrente.
FENOMENAL
O rendimento já havia sido semelhante na classificatória, quando a russa pulou apenas uma vez para conseguir a vaga na final.
Enquanto a brasileira Fabiana Murer tinha problemas com a organização, Isinbayeva descansava. A atleta só foi à pista pela primeira vez para saltar 4, 70 m, marca atingida na primeira tentativa.
A principal concorrente da européia foi a norte-americana Jennifer Stuczynski, que atingiu 4,80 m, até então a melhor marca do dia.
Stuczynski é dona da segunda melhor marca da história (4,92 m), mas sua ambição durou pouco. Isinbayeva foi à pista pela segunda vez no dia (terceira no total) e cravou 4,85 m, obrigando as rivais a superarem sua marca.
A norte-americana topou o desafio, mas acabou falhando em todas as suas três tentativas de saltar 4,90 m e teve de se contentar com a medalha de prata.
A russa Svetlana Feofanova, até então a vice-campeã olímpica, saltou 4,75 m, sua melhor marca pessoal na temporada, e ficou com o bronze.