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BRASIL VENCE CAMARÕES POR 2X0 E ENFRENTA "FREGUÊS" ARGENTINO

Vide
| 16/08/2008 às 10:06
O time do Brasil apanhou mais do que mala velha contra equipe de Camarões (F/EFE)
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   Oito anos depois de perder para Camarões em Sydney 2000, a seleção brasileira conseguiu a sua vingança. Neste sábado, o time de Dunga venceu por 2 a 0, na prorrogação, e avançou para as semifinais do torneio de futebol masculino das Olimpíadas de Pequim.


A vitória tem um gostinho especial para Ronaldinho Gaúcho, já que o meia fez parte da seleção que perdeu há oito anos. Destaque também para a ausência de Alexandre Pato. Titular do time em toda a primeira fase, ele ficou no banco de reservas e sequer entrou no decorrer da partida.


Quem acordou cedo para acompanhar a partida não precisou de muito tempo para perceber que algo de curioso estava acontecendo. Os jogadores de Camarões corriam tanto que pareciam ser mais do que 11 em campo. Eles estavam em todos os lugares, mesmo com o forte calor que castigava Shenyang.


ADVERSÁRIO FORTE


A seleção de Camarões foi campeã olímpica em Sydney 2000, quando eliminou o próprio Brasil. Pode até não ser uma potência mundial, mas já deixou claro que não gosta de entrar nas competições para brincar. E acreditem, eles não brincaram nem um segundo durante os primeiros 45 minutos. Sem perder a viagem, faziam faltas quando eram driblados ou perdiam a bola. O jogo físico irritou os brasileiros, o confronto pegou fogo. Canela virou bola. Foram cinco cartões amarelos, mas poderiam ter sido sete, oito. E caberiam três vermelhos, para Marcelo, Baning e Bikey, os mais violentos.

Lances de perigo foram raridade. Os sistemas defensivos superaram os ataques. E a grande decepção da etapa foi Ronaldinho Gaúcho. O meia-atacante se movimentou pouco e quase não tocou na bola. Pouco jogou, fazendo o Brasil sentir a falta do toque genial que havia aparecido contra a Nova Zelândia.



Ampliar Foto Agência/EFE Agência/EFE

Rafinha disputa a jogada com um adversário

Na volta do intervalo, o "apetite" camaronês pelas canelas brasileiras continuou. Aliás, aumentou. O que mudou foi o comportamento do árbitro Damir Skomina, da Eslováquia. Aos 6, Baning entrou por trás em Lucas e acabou expulso. 


Mesmo com um a menos em campo, Camarões seguiu correndo por muitos. A seleção brasileira valorizava a posse de bola, tocava pacientemente em busca dos espaços, mas raramente criava chances.


O tempo foi passando, e a pressão brasileira aumentava a cada minuto. O time de Dunga não jogava bem, mas tinha o domínio territorial, até pela vantagem numérica. Ronaldinho Gaúcho reclamava mais das faltas dos adversários do que jogava bola. Quem jogava bem era Ânderson. Incansável, marcava e conduzia o time ao ataque. Grande atuação.


Aos 21, Thiago Neves entrou no lugar de Hernanes. Uma tentativa de aumentar a criatividade da seleção. Deu certo, mas não o suficiente. Apesar de alguns lances perigosos, o jogo acabou indo para a prorrogação.


O fantasma de Sydney 2000 voltaria a atacar?


Não, não desta vez. Depois de 10 minutos de muitas faltas e pouco futebol, a seleção brasileira desencantou. Diego acertou lindo passe para Rafael Sóbis. O atacante, na única chance que teve, invadiu a área e chutou na saída do goleiro Tignyemb para fazer 1 a 0. Sem dar tempo para Camarões respirar, Marcelo, quatro minutos depois, iniciou o lance que culminou no segundo gol brasileiro. Ele tabelou com Thiago Neves e tocou sem defesa.


Com a vantagem, a seleção brasileira diminuiu o ritmo e fez o tempo passar. Camarões ainda tentou, se lançando ao ataque quando tinha a bola e nas canelas brasileiras quando estava sem ela, mas já era tarde demais. A merecida vitória colocava o Brasil nas semifinais.