Presidida pelo Dep. Marcelo Guimarães Filho, a primeira audiência da Comissão Especial que estuda a revisão da Lei Pelé (PL 5186/05, do Executivo) contou com a presença do Márcio Tannús, Superintendente da Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP); Alfredo Sampaio, Presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e de Reinaldo José Martorelli, Presidente do Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo.
Tannús lamentou o fato dos recursos destinados à FAAP, provenientes de 1% dos contratos de negociações dos atletas profissionais (nas transferências nacionais e internacionais), não estarem sendo recolhidos. "Desde a Lei Zico, em 1993, até hoje, nenhum recurso desse percentual foi recolhido. Acredito que seria a maior fonte de renda que teríamos", disse. Esse fato compromete a função assistencial da Federação, reduzindo sob maneira a capacidade de ação da entidade.
Segundo Alfredo Sampaio, há que se olhar o futebol como um todo. Ele disse que o papel dos sindicatos não é defender atletas e atacar clubes, mas pensar no futebol em primeiro lugar. Alfredo ainda acrescentou que a lei não é tão ruim, existem apenas alguns pontos que precisam de ajuste, tais como: cláusula penal, direito de arena e clube formador.
Já para Martorelli, a opinião formada, inclusive pelo Presidente da República, de que os clubes têm perdido jogadores para times do exterior. Essa verdade é relativa: "não há exatamente uma perda, já que os clubes são sempre bem pagos pelos jogadores vendidos, e estes, têm potencial para jogar tanto no exterior quanto no Brasil, e geralmente, não possuem vínculos".
O deputado Marcelo Guimarães Filho fez um balanço geral: "na medida em que ouvirmos os depoimentos, o norte dos trabalhos começará a ser traçado. Temos que buscar um equilíbrio entre os diversos interesses relacionados à matéria. Esperamos que a comissão vote o relatório até o final do ano, produzindo um resultado profícuo em prol do futebol brasileiro", finalizou o presidente.