Esporte

LÁGRIMAS E MUITA EMOÇÃO NA HOMENAGEM A LUIZ OSÓRIO VILLAS-BOAS

A homenagem foi prestada na última quinta-feira, 8
| 09/11/2007 às 17:25
A primeira dama, Fátima Mendonça, entrega a placa a viúva Sandra Badaró (Foto/Div)
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  A homenagem póstuma a Luiz Osório Villas-Boas de Mendonça arrepiou as mais de 300 pessoas que estavam, ontem à noite, no Salão Atlântico do Hotel da Bahia. Foram grandes momentos de emoção na cerimônia comandada pelo ex-jogador do Bahia Elizeu Godoy; no discurso de Fernando Jorge Carneiro; quando a primeira-dama da Bahia, Fátima Mendonça, entregou à viúva Sandra Badaró uma placa simbólica de gratidão; quando Marcelo de Mendonça, filho de Luiz, chorou no púlpito no momento em que fazia o discurso de agradecimento em nome da família; quando as luzes se apagaram e o bandolinista Daniel Dantas começou a solar o Hino do Esporte Clube Bahia, de autoria de Adroaldo Ribeiro Costa.


  Na mesa diretora da solenidade sentaram-se a primeira-dama Fátima Mendonça, Sandra Badaró, Fernando Jorge Carneiro, do Movimento Unidade Tricolor, Edmilson Gouveia, do Movimento Diretas Já, Ivan Carvalho, da Associação Bahia Livre, Jorge Pires, do Movimento Independência Tricolor, o ex-presidente do Bahia, Antonio Pithon, os secretário de Governo, Fernando Schmidt, e da Integração Regional, Edmon Lucas, o presidente da Ebal, Reub Celestino, o ex-ministro das Minas e Energia, Raimundo Brito, o superintendente da Sudesb, Raimundo Nonato e o vereador Téo Senna.

  Na platéia, personalidades das mais diversas, como o deputado Paulo Câmera, o reitor da FIB, Nelson Cerqueira, os vereadores Sandoval Guimarães e Antonio Lima, os médicos Marcos Lopes e Marcelo Reis, os empresários José Carlos Dórea, Ney Vicente, Francisco Pinheiro, Durval Mesquita, Antônio Miranda Filho, Ney Mendes e Marcos Viana.


   HUMILDE E SINCERO

  No seu discurso de saudação à memória de Luiz Osório, Fernando Jorge destacou que o Movimento Unidade Tricolor perdeu um dos seus melhores quadros, mas que a grande falta será a do amigo "simples, humilde e sincero". "Nas vezes em que estávamos mais inflamados, era Luiz quem ponderava, que nos orientava pelo bom senso, apesar de ter morrido com uma ingratidão no peito: era o único campeão brasileiro de 1988 que não era conselheiro benemérito do clube. Luiz nos perguntava: como pode um clube gigante como o Bahia está tão apequenado?", observou Fernando Jorge.


  Na mesma toada foi o discurso emocionado de Marcelo de Mendonça, filho de Luiz Osório, irmão de Marcos e Tatiana. Chorando bastante ao subir ao púlpito, Marcelo disse que ninguém poderia imaginar o quão doloroso era fazer uma homenagem póstuma a um pai.

   "Meu pai foi um exemplo para todos nós de dignidade. E o Bahia, que ele dividiu em paixão com a minha mãe, é um clube vencedor. Foi em todo os 15 anos que esteve lá dentro. Até deixar o Bahia, em 1994, meu pai não sabia o que era 2ª Divisão, dois anos na 3ª Divisão. Coincidência ou não, enquanto ele esteve lá o Bahia sempre foi campeão. E depois, quando saiu, mesmo magoado, pegávamos-no, escondido, ouvindo no rádio as transmissões do jogos", discursou Marcelo.


   TORCIDA

  Outro momento emocionante da noite foi quando Sandra Badaró recebeu da primeira-dama Fátima Mendonça a placa que simbolizou o ato de ontem à noite no Hotel da Bahia. Com a voz embargada, Sandra disse que perdia perdão por se sentir culpada por Luiz não ter ido mais fundo na sua relação intensa de amor com o Esporte Clube Bahia.

   Fátima Mendonça, ao entregar a placa, foi contundente: "A única coisa que se salva hoje no Bahia é a sua fantástica torcida. O que falta fazer para tirar essa turma que infelicita o nosso clube?", disparou a primeira-dama, sendo ovacionada de pé pela platéia. As universitárias Luana e Camila entregaram corbelhas de flores azuis, vermelhas e brancas, oferecidas pela Casa do Tricolor, à Sandra e Fátima.

CONFERÊNCIA


Além da homenagem póstuma ao ex-vice-presidente médico do Bahia, na solenidade a Associação Bahia Livre e os movimentos Unidade Tricolor, Diretas Já e Independência Tricolor lançaram a I Conferência Gigante Tricolor - Luiz Osório, que será realizada no Centro de Convenções, no dia 26 de fevereiro. O publicitário Fernando Passos apresentou os moldes da I Conferência e fez uma abordagem sobre a importância e o valor da marca Esporte Clube Bahia. "Uma empresas de pesquisa britânica avaliou a marca Flamengo em cerca de US$ 80 milhões. A do Bahia está em torno disso", disse Fernando.


Fernando Passos explicou que A I Conferência Gigante Tricolor - Luiz Osório - terá grandes nomes do futebol brasileiro para debater questões como marketing esportivo, planejamento estratégico, democracia e, é claro, futebol. As inscrições serão gratuitas e poderão ser feitas, a partir de 15 de novembro, na Internet, através do site gigantetricolor.com.br
 
Qualquer torcedor - associado ou não - poder participar, debatendo meios de levar o Bahia de novo a ser um clube gigante.


Além do painel de conferencistas convidados, a I Conferência terá cinco grupos de discussão:

1 - Campanha de novos sócios

2 - Divisões de base, previdência e assistência médico-social dos atletas;

3 - Marketing e licenciamento de produtos;

4- Planejamento e gestão do futebol profissional

5- Patrimônio e estádio.


"Ao final da Conferência, cada grupo vai elaborar um documento sobre aquelas questões específicas, que serão reunidas em um plano de trabalho para a gestão 2008-2011 do Esporte Clube Bahia. A nossa idéia é que o torcedor tenha uma postura participativa, discuta e aponte caminhos para ajudar o Bahia a sair dessa crise em que ele se arrasta há quase uma década", explica o publicitário Fernando Passos.


"O Plano de Trabalho, obtido a partir dos resultados da I Conferência, será mais detalhado. Serão realizados estudos e comparativos que possam torná-los concretos, factíveis. A partir da contribuição participativa dos torcedores, entram em campo os economistas, administradores e gestores que irão dar um caráter operacional às idéias que emergiram da salutar e democrática participação dessa maravilhosa torcida tricolor", diz o professor Nelson Cerqueira, reitor da FIB, que será um dos coordenadores da elaboração final do plano de trabalho.