Que loucura: o rei do futebo, o homem que deu as primeiras copas ao Brasil, por pirraça (imagina-se) foi alijado da solenidade devido as notórias dessavenças com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Teixeira ainda levou Romário, notório crítico de Pelé, à solenidade. A modelo Gisele Bundchen, convida, lá não foi. Diz que já tinha agenda outros compromissos em euros e o amor à Pátria de Chuteiras que fosse às favas.
BRAZIL COM Z
"Quando decidimos que a Copa seria na América do Sul, imediatamente tivemos a candidatura da CBF. Depois, recebemos a candidatura da Colômbia. Mas, quando passamos à segunda etapa da escolha, a Colômbia se retirou. Isso não facilitou nossa tarefa, pois foi um desafio submeter uma lista de requisitos a serem preenchidos por um só candidato. Por isso, exigimos um nível até maior do que se tivéssemos dois candidatos", garantiu Blatter ao anunciar que o Brasil foi eleito por unanimidade como sede do Mundial de 2014.
Antes dos anúncios oficiais, houve uma breve apresentação da comitiva brasileira presente no evento, que incluía o presidente da república, Luis Inácio Lula da Silva, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, além do escritor Paulo Coelho, do atacante Romário e uma série de outros políticos. Lula chegou ao evento com cerca de 15 minutos de atraso, por conta de uma reunião que teve minutos antes com a presidente da suíça, Michelen Calmy-Rey.
"A Copa de 2014 deverá encontrar o Brasil com uma infra-estrutura moderna e mais eficiente que a atual. A Copa deixará muito mais do que estádios modernos. Deixará uma herança para a população, como melhorias na segurança pública", afirmou em seu discurso inicial o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, após apresentar a comitiva brasileira presente em Zurique.
Em seguida, falaram o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, o governador da Amazonia, Eduardo Braga, e o escritor Paulo Coelho.
Também foram exibidos vídeos sobre as cidades-sedes, o crescimento econômico brasileiro e a importância do futebol para a população do País. Os vídeos apresentaram um resumo do que já havia sido mostrado aos membros da Fifa que visitaram o Brasil entre os dias 23 de agosto e 1º de setembro - quando assistiram a apresentações de 13 cidades candidatas a sede e estiveram em Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Cidades-sedes
A candidatura do Brasil conta, a princípio, com 18 cidades interessadas em receber os jogos da competição - das quais 12 serão contempladas. Segundo um relatório da Fifa, hoje, nenhum dos estádios brasileiros teria condições de receber uma partida de Copa. Também por isso, estima-se que o Brasil deve assumir contas de no mínimo 10 bilhões de dólares para sediar o Mundial.
As cidades brasileiras candidatas a sede da Copa são Rio Branco (AC), Manaus (AM), Belém (PA), Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Maceió (AL), Salvador (BA), Brasília (DF), Goiânia (GO), Cuiabá (MT), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Curitiba (PR), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).
A decisão de quais serão as 12 cidades-sedes da competição será anunciada pela Fifa entre os dias 10 e 14 julho. São Paulo larga como favorita para sediar o jogo de abertura do Mundial. Para a final, a cidade preferida é, a princípio, o Rio de Janeiro.
Indícios da escolha
Antes mesmo do anúncio oficial, a Fifa já deixava claro que o Brasil seria confirmado como sede da Copa sem surpresas. Em relatório divulgado na segunda-feira, a entidade afirmou que o Brasil tem condições de atender todas as exigências da Fifa, apesar de apontar problemas de segurança em alguns locais específicos.
Além da segurança, temas como transportes, infra-estrutura hoteleira e de comunicações também foram citados. Mesmo com os problemas da crise aérea nacional, o documento destacou de forma positiva o deslocamento dos torcedores em território brasileiro. Na opinião da Fifa, o Brasil tem "18 bons aeroportos" nas cidades que podem receber os jogos.
O relatório da Fifa também mostrou que a CBF já abriu mão, por exemplo, de lutar pelas receitas de ingressos - a Fifa e o comitê organizador as dividiram na Alemanha - e que o governo brasileiro, excluído do comitê da Copa, assinou todas as garantias de alterações de lei pedidas pela entidade máxima do futebol.
Fim do rodízio de continentes
Em reunião do seu Comitê Executivo na manhã de segunda-feira, a Fifa anunciou que decidiu encerrar o sistema de rodízio de continentes que definiu as sedes das Copas a partir de 1998. O presidente Joseph Blatter nunca escondeu sua insatisfação por o Brasil ter sido o único candidato a sede de 2014, após as desistências de Colômbia e Argentina.
Na última segunda-feira, Blatter chegou a afirmar que "faltou algo na candidatura brasileira à Copa", sem, contudo, entrar em detalhes. Com a decisão da Fifa de encerrar o rodízio de continentes, a Copa do Brasil será a última obedecendo a esse critério.