Diferentemente das outras partidas da competição, o time do técnico Jorge Barcellos encontrou um adversário atento aos principais nomes do futebol nacional e que apostou na forte marcação em quase toda a partida.
Marta, por exemplo, artilheira do torneio, com sete gols e considerada a melhor jogadora do mundo, foi bem marcada pelas adversárias e pouco produziu. Em sua melhor oportunidade, aos 19min do segundo tempo, a brasileira desperdiçou um pênalti quando a partida estava 1 a 0.
A conquista não ocorreu por acaso. As alemãs fizeram uma campanha irretocável nessa competição. Em seis partidas, foram cinco vitórias e apenas um empate. Não bastasse isso, tiveram o ataque mais positivo (21 gols) e não sofreram um gol sequer.
Os dois títulos mostraram a importância de um planejamento.
Para se ter idéia, a Alemanha teve apenas três técnicos em quase 30 anos de futebol. A federação local lista quase 300 confrontos contra seleções de outros países nos últimos 25 anos.
E mais: tem uma liga muito forte, algo que o Brasil só deve ter neste ano. A CBF prometeu a realização de uma Copa do Brasil. Resta saber se será cumprido. Em 2004, quando a seleção brasileira alcançou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas, a entidade também prometeu uma mudança radical para a categoria. Nada aconteceu.
Apesar do revés, o Brasil mostrou um crescimento dentro de campo. O time nacional não perdei uma partida oficial desde o final do ano passado --derrota para a Argentina, na decisão do Sul-Americano. Neste ano, foram 11 vitórias, sendo seis pelos Jogos Pan-Americanos e outros cinco nesse Mundial, e apenas a derrota para as alemãs.