Informações dão conta de que serão feitos novos ajustes no edittal
Tasso Franco , da redação em Salvador |
29/07/2025 às 15:23
O silêncio no finado Colégio Odorico Tavares fechado por Rui Costa
Foto: BJÁ
O governo da Bahia, por meio da Secretaria de Administração (SAEB), tornou sem efeito o aviso de licitação do leilão do terreno do antigo Colégio Estadual Odorico Tavares, localizado no Corredor da Vitória, em Salvador. A suspensão do certame saiu em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE), na tarde desta terça-feira, 29.
A publicação não explica as motivações da suspensão do leilão. Mais cedo, a Saeb havia trazido no DOE as etapas do processo, que envolviam o envio de propostas e a vistação do espaço, localizado em um das principais regiões da capital baiana.
"O SECRETARIO DA ADMINISTRAÇÃO DO ESTADO DA BAHIA - SAEB RESOLVE, tornar sem efeito o AVISO DE LICITAÇÃO DO LEILÃO Nº 003/2025, publicado no DOE do dia 29/07/2025, que tem por objeto a alienação de bem imóvel desativado de propriedade do Estado da Bahia", diz a publicação do Diário Oficial, assinada pelo titular da pasta, Edelvino Góes.
O SILÊNCIO NO CORREDOR DO ODORICO
14/02/2022
A imagem é de tristeza e recordações para quem frequentou o Colégio Estadual Odorico Tavares, no Corredor da Vitória, Salvador, fechado pelo governo do Estado, em 2020. Foi um dos maiores absurdos que já houve na educação do ensino médio na Bahia fechar um colégio com capacidade para 3.6 mil alunos e que era uma referência no estado e no país, 7º melhor na lista do MEC e funcionava há 25 anos.
As causas do fechamento do colégio são conhecidas e ficarão para a história. Até agora, passados dois anos, o local está abandonado - como pode ser visto na foto de 10/2/2022 - e se deteriorando ainda mais. Hoje, praticamente, o que vale é o terreno na área mais valorizada do mercado imobiliário da capital 5.000 metros quadrados no Corredor da Vitória.
História
Construído em 1994 pelo então governador Antônio Carlos Magalhães para ser um colégio modelo, o Odorico Tavares possui três pavimentos onde estão distribuídas salas de aula e laboratórios, além de anfiteatro e quadra de esportes. Assim que a descontinuidade foi confirmada pelo governador Rui Costa, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) manifestou repúdio.
O presidente da entidade, Rui Oliveira, lembra que há 10 anos era feito sorteio eletrônico para decidir quem estudaria no Odorico, assim como acontecia em outras escolas-modelo cobiçadas como o Thales de Azevedo, no Costa Azul, Raphael Serravalle, na Pituba, Teixeira de Freitas, em Nazaré, e Manoel Novaes, no Canela, entre outros.
Em 2017, a cobertura da quadra do Odorico caiu e isso foi mais uma forma de esvaziar a escola. trajetória de Tavares também é marcada por um livro que reúne matérias publicadas por ele na Revista Cruzeiro e que foi ilustrado por Carybé; por sua parceria com Jorge Amado, ao montar a primeira exposição de arte moderna brasileira aqui; e pela reportagem sobre o cinquentenário da Guerra de Canudos, com fotos de Pierre Verger.