A fúria das águas no Rio Grande do Sul
Tasso Franco , Salvador |
04/05/2024 às 10:32
Porto Alegre está com centro inundado
Foto: Jonathas Costa
O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 56 neste sábado (4) de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil. Veja abaixo as cidades em que as mortes aconteceram.
Além dos mortos, há 67 desaparecidos e 74 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 32.962 pessoas fora de casa, sendo 8.296 pessoas em abrigos e 24.666 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos. Ao todo, 281 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 377.497 mil pessoas.
CENÁRIO DE GUERRA
Um cenário de guerra. Foi dessa forma que o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, definiu a situação da cidade diante da enchente iniciada a partir do temporal do última semana. Em entrevista à Rádio Guaíba, neste sábado, Melo ainda comentou que o número de desabrigados está em 2,5 mil, mas deve aumentar muito.
"Precisamos de água potável, de colchão, roupas de cama. Vivemos uma cenário de guerra em Porto Alegre, mas cada um fazendo a sua parte vai ajudar a aliviar a dor do vizinho”, disse Melo.
O prefeito ainda comentou o extravasamento do dique responsável por represar o rio Gravataí. O problema gerou um alerta de evacuação para moradores do bairro Sarandi. “Estamos trabalhando com máquinas e caminhões com pedras, mas tá difícil porque a água está chegando. Vamos ter que acolher muitas pessoas da região”, acrescentou.
Melo se refere a moradores das comunidades de Asa Branca, Minuano, Vila Elizabeth e Nova Brasília.
Conforme o prefeito, a administração municipal irá abrir o Gigantinho e a Sogipa para acolher pessoas que precisam deixar as suas casas. Ele ainda fez um apelo. “Quem estiver em área de risco, aceite ir para um abrigo”, pediu.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
Pelo menos 68 bairros de Porto Alegre podem ter problemas com abastecimento de água. Em virtuda da cheia do Guaíba, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) suspendeu os operações das Estações de Tratamento de Água (Etas) Moinhos de Vento, São João e Tristeza, na manhã deste sábado, 4.
Segundo o Dmae, a medida foi necessário em razão do alagamento das estações de bombeamento de água bruta (Ebabs), que ficam localizadas na avenida Voluntários da Pátria e Padre Cacique, respectivamente. As Ebabs são as responsáveis pela captação da água para tratamento. Não há previsão de retomada da operação.
