Diz não ter culpa pelo fato, segundo ele, de que o governo da Bahia não tenha aceito os equipamentos.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
11/06/2020 às 19:24
Empresário deu entrevista na TV Bahia
Foto: REP
Em entrevista a TV Bahia, o proprietário da Biogeoenergy, Paulo de Tarso, preso (e depois solto) em uma operação da Polícia Civil da Bahia que investigou a compra de respiradores que não teriam sido entregues ao Consórcio do Nordeste, disse, que não tem porque devolver à instituição os R$ 24 milhões que recebeu para produzir os equipamentos, primeiro, porque não tratou da venda com o grupo e sim com o governo da Bahia.
“Os recursos podem ser utilizados por uma empresa para o que ela bem entender. Nós utilizamos para o que bem entendemos e nós, sim compramos muitas peças, bastante equipamentos. Então, o dinheiro foi gasto, nos ventiladores e em outras coisas do caixa da empresa, porque a empresa tem sua margem de lucro e ela tem prerrogativa de usar o dinheiro em seu fluxo de caixa”, declarou.
“Eu não tenho que devolver dinheiro para o Consórcio Nordeste. Primeiro, porque eu não fiz negócio com o Consórcio Nordeste. Eu tenho que entregar os respiradores e os respiradores eu prometi entregá-los para o governo do Estado (da Bahia), que se recusou a receber”, declarou, afirmando que seus respiradores não têm design moderno, mas atendem às necessidades.
As declarações do empresário põem ainda mais lenha na fogueira do caso da venda dos respiradores, cuja investigação foi transferida para o Superior Tribunal de Justiça e a Polícia Federal, depois que o Ministério Público Estadual abriu mão da apuração em favor do Ministério Público Federal e a juíza Virgínia Silveira, da 2ª Vara Criminal Especializada de Salvador do Tribunal de Justiça da Bahia, alegou que havia uma autoridade com foro por prerrogativa de função investigada.
Ao todo, os 300 equipamentos foram adquiridos por R$ 48,7 milhões junto à empresária Cristiana Prestes, dona da Hempcare, que alegou ter procurado a Biogeoenergy para comprar os equipamentos depois que falharam os planos de adquirí-los de um fabricante chinês. Ela também foi presa e posteriormente solta como Paulo de Tarso, mas, em depoimento, disse que tratou do negócio com o chefe da Casa Civil do governo Rui Costa (PT), Bruno Dauster, que acabou se exonerando.