Foram certificadas como sustentável 77,7% da área plantada
Hebert Regis , Salvador |
21/07/2019 às 07:53
Lavouras de algodão
Foto: divulgação
Segundo maior produtor de algodão do Brasil, a Bahia garantiu mais um recorde nesta safra 2017/2018. Foram certificadas como sustentável 77,7% da área plantada. Ao atuar em benchmarking com a entidade suíça Better Cotton Iniciative (BCI), a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), certificou uma área total de 247.840 mil hectares. Em relação à última safra, houve um acréscimo de 29,4% da área de algodão certificada, abrangendo um total de 66 unidades produtivas que vem cumprindo os critérios de sustentabilidade. Desde quando foi iniciado este trabalho, em 2011, houve um crescimento gradual de 21,1% da área certificada para os atuais 77,7%.
Para a coordenadora de sustentabilidade da Abapa, Bárbara Bonfim, o trabalho desenvolvido pela Abapa na orientação aos agricultores e nos processos de auditoria vem consolidando a incorporação dos critérios de sustentabilidade, que checa um total de 225 itens ligados ao respeito à legislação, além dos critérios de sustentabilidade na produção agrícola. “Isto coloca os produtores baianos nos mesmos níveis de excelência com parâmetros mundiais de boas práticas sociais e ambientais seguidos internacionalmente, com respeito aos trabalhadores no campo, a exemplo do cumprimento de normas de saúde e segurança; e da legislação trabalhista e de preservação de meio ambiente”, afirma.
Estes resultados, segundo o presidente da Abapa, Júlio Cézar Busato, só demonstram o quanto os cotonicultores baianos estão comprometidos em produzir e comercializar uma fibra de qualidade, utilizando as mais modernas tecnologias, e com sustentabilidade garantida para os mercados brasileiro e internacional. “Nós, agricultores, estamos fazendo a nossa parte entregando a melhor fibra para o mercado. Estamos trabalhando junto com o governo brasileiro no sentido de reforçar estas características junto ao mercado internacional, principalmente aos países asiáticos, com a instalação de um escritório na Ásia para divulgar e incrementar a exportação do algodão brasileiro, cuja produção está em ritmo de crescimento. Ter essa comprovação de comprometimento com a sustentabilidade somente chancela o excelente trabalho já desenvolvido pelos produtores de algodão na Bahia e no Brasil”, afirma.
O programa ABR tem como alicerce o incremento progressivo das boas práticas sociais, ambientais e econômicas nas unidades produtivas de algodão na Bahia e em todo o Brasil, por meio das entidades ligadas à Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). Na fase de colheita do algodão baiano, iniciada no último mês, a previsão é de crescimento de 15% na produção em relação à safra passada, baseado no incremento de 25,5% de área cultivada, alcançando os 331.028 mil hectares plantados. Cerca de 40% do algodão baiano é exportado para países asiáticos, como Indonésia, Bangladesh e Vietnã, e 60% é comercializado para as indústrias têxtis no Brasil. A Bahia contribui com a participação de 25% da safra nacional, sendo considerada a área agrícola com a maior produtividade de algodão não irrigado do mundo.