Economia

COOPERATIVA ADIA SUSPENSÃO DE CIRURGIAS CARDIOVASCULARES NO ESTADO

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| 03/08/2010 às 17:02

A decisão de suspensão do atendimento eletivo de cirurgias cardiovasculares e torácicas, com prestação de serviços, a partir do início deste mês de agosto, somente aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitem de cirurgias de urgência e emergência foi revista pela Cooperativa dos Cirurgiões Cardiovasculares ou Torácicos do Estado da Bahia (Cardiotórax) após reunião de seus representantes com membros do Ministério Público estadual.

Atendendo solicitação de promotores de Justiça integrantes do Grupo de Atuação Especial de Defesa da Saúde (Gesau) no sentido de que se mantenham os atendimentos aos pacientes eletivos, a cooperativa decidiu adiar o início da suspensão para o próximo dia 16 de agosto.
 
Até lá, o MP, que está preocupado com a desassistência à saúde, buscará garantir avanços nas negociações com os gestores de saúde das esferas municipal e estadual, objetivando assegurar melhorias para as condições de prestação do serviço das cirurgias que, segundo a Cardiotórax, encontram-se precárias.


Durante a reunião promovida na última quinta-feira (29) pelo MP, os diretores administrativo e comercial da cooperativa, respectivamente, Sidnei Nardeli e Helmgton Souza, comprometeram-se a apresentar a proposta dos promotores de Justiça Itana Viana, Márcio Fahel, Rogério Queiroz, Cláudia Elpídio e Maria Pilar Menezes à categoria, que discutiu e decidiu acatá-la temporariamente.
 
Segundo documento enviado pela Cardiotórax ao procurador-geral de Justiça Wellington César Lima e Silva, que encaminhou a demanda ao Gesau para adoção das providências pertinentes, nenhum hospital da rede estadual oferece tratamento cardiovascular cirúrgico, sendo que, em Salvador, sequer existe hospital municipal. Por isso, o tratamento cirúrgico de cardiopatas depende da contratação pelo Estado e Município de leitos em hospitais privados ou beneficentes ou sob administração federal. O problema, alega a cooperativa, é que o número de leitos para pacientes do SUS é restrito, as instituições de saúde que oferecem esses leitos estão se queixando de não suportar o custo social imposto pelo Estado e as condições de trabalho dos médicos são "insustentáveis", pois eles estão-se sobrecarregados e com remuneração incompatível.