Economia

BAHIAPESCA DIZ QUE BIJUPIRÁ CRIA-SE TAMBÉM EM TANQUES ESCAVADOS

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| 02/03/2010 às 14:09
 

O cultivo de bijupirá, peixe marinho característico principalmente do litoral do Nordeste, poderá ser feito também em tanques escavados. Através da Bahia Pesca, a Secretaria da Agricultrura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), está desenvolvendo pesquisas nessa área, a partir de experimentos que vêm sendo realizados no município de Jandaíra, a 202 quilômetros de Salvador, no Litoral Norte do Estado.

         

O trabalho da Bahia Pesca com a  Lusomar Maricultura, empresa de capital português que atua no estado na área de carcinicultura, existe desde 2003, mas as pesquisas  para o cultivo de bijupirá em tanques escavados vem desde outubro de 2009.  Os experimentos, considerados inéditos no  Brasil,  já estão na fase final e têm como objetivo criar uma alternativa de cultivo, além dos métodos já existentes de criação do peixe em tanques-rede instalados no mar.


No final do ano passado, a Bahia Pesca utilizou alevinos de bijupirá do Centro de Pesquisas da Fazenda Oruabo, localizada em Santo Amaro, para o primeiro período de aclimatação em 16 tanques construídos em áreas da Lusomar, em Jandaíra. Decorridos quatro meses de experimento, os peixes já estão com peso médio entre 450 a 600 gramas, gerando a expectativa de que ao final de um ano possam atingir entre cinco e seis quilos.


Otimismo 

O biólogo da Bahia Pesca e responsável pelo projeto, Gitonilson Tosta, diz que o andamento das pesquisas tem sido proveitoso e indica que já a partir do segundo semestre deste ano, os peixes poderão ser capturados para con sumo. Conforme ele, os peixes são monitorados periodicamente, observando-se o processo de alimentação, engorda e desenvolvimento. Para tanto, aos técnicos da Bahia Pesca e da Lusomar, juntaram-se pesquisadores da Escola de Veterinária da Universidade Federal da Bahia.


O presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli, que  esteve visitando o local, considera que o trabalho marca uma nova fase do que ele chama de "Projeto Bijupirá", que começou com experimentos em tanques-rede e agora avança para tanques escavados. "O que estamos demonstrrando é que se pode ter uma alternativa de produção, com um custo significativamente menor e com uma produtividade que permita uma atividade comercial rentável".



Peixe é considerado nobre


O bijupirá atinge um comprimento  dois metros e peso máximo de 80 quilos. São peixes considerados pelágicos (de mar aberto)  e geralmente solitários exceto por agregações para desova anual, quando costumam se reunir em recifes, áreas de naufrágios de embarcações, portos, bóias e outros elementos estruturais. Eles também entram em  estuários e manguezais em busca de presas.