Economia

CONSTRUÇÃO CIVIL PÁRA SEGUNDA SE NÃO HOUVER ACORDO COM PATRÕES NA SRTE

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| 19/02/2010 às 10:59
Empresas têm lucros astronômicos e querem pagar o minimo aos operários
Foto: BJÁ
Os trabalhadores da construção estão em estado de greve na Bahia e podem parar as obras em todo o estado da Bahia, a partir de segunda-feira, dia 22/02. A direção do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção (Sintracom-BA) informa que, a partir das 14 horas de hoje (dia 19), acontecerá uma rodada de negociação decisiva com os patrões, na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), nas Mercês.

Caso não haja acordo, poderá ser decretada greve geral por tempo indeterminado. Logo mais, às 18:30h, os trabalhadores participam de assembléia geral da categoria, no Largo de São Bento, para analisar a proposta patronal (caso seja apresentada uma proposta) e decidir se entram em greve.

A decisão da greve a partir do dia 22/02, se não houver acordo, foi aprovada, por unanimidade, em assembléia geral realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil no Estado da Bahia (Sintracom-BA), com a participação de mais de quatro mil trabalhadores (as) da construção, na última terça-feira (dia 09/02), no Clube Fantoches, em Salvador.

O presidente do sindicato, Raimundo Brito, disse que a alternativa da greve é inevitável, já que depois de três meses de negociações, os patrões não avançaram em suas propostas.

"Esta sexta-feira é a data limite dos trabalhadores. Se os patrões não apresentarem uma boa proposta, vamos entrar em greve, na capital e interior do estado", afirma o sindicalista. A categoria está revoltada com os patrões, que tiveram um crescimento de mais de 10% no setor, em 2009, contabilizaram lucros imensos, mas continuam não aceitando as reivindicações dos operários.
 
O mercado da construção está em amplo crescimento, alavancado por lançamentos imobiliários totalmente vendidos ainda na planta, as obras do PAC, programas habitacionais, a exemplo do Minha Casa Minha Vida, além de facilidades de financiamentos para moradia, créditos e outros incentivos governamentais.

Na Sondagem da Construção Civil, publicada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em dezembro/2009, a análise do setor mostra que a margem de lucro operacional e a situação financeira estão mais que satisfatórias para a maioria das empresas, além do acesso ao crédito, que está mais fácil.
 
Isso mostra que os patrões têm condições de atender às reivindicações dos operários. Se não atenderem, a categoria vai partir para a greve, com expectativa de parar geral todos os canteiros de obras na capital e no interior do estado. Reivindicações da categoria Até agora, os patrões só ofereceram propostas irrisórias, apesar de faturarem alto.

Os trabalhadores (as) da construção querem muito mais! - Reajuste salarial de 16%; - Limite de 30 dias no contrato de experiência e com dois anos em carteira os trabalhadores (as) não teriam mais que passar por experiência - Patrões querem continuar com os 90 dias; - Aviso prévio indenizado - empresários não concordam; - Plano de saúde, parte do trabalhador, outra da empresa - patrões não aceitam implantar em 2010; - Cesta básica de R$ 60 (até três faltas ou três atestados) e R$ 80 (sem faltas), mas os patrões só oferecem de R$ 55 a R$ 70 (nenhuma falta); -
 
Os trabalhadores (as) reivindicam ainda: equiparação salarial da capital e interior até 2015; - Os patrões oferecem os seguintes pisos para: Operário Qualificado - R$ 828,31 em janeiro/2010 e R$ 910 em agosto/2010; Ajudante Comum - R$ 529 em janeiro/2010 e R$ 538 em agosto/2010; Ajudante Prático - R$ 564 em janeiro/2010 e R$ 572 em agosto/2010.