O desenvolvimento da Bahia a partir de um projeto integrado de logística e infraestrutura foi destacado pelo secretário de Planejamento, Walter Pinheiro, ao se referir ao Complexo Logístico Industrial, que está sendo organizado pelo Governo da Bahia. Pinheiro debateu o projeto nesta quinta-feira (1°/10), em Ilhéus, com lideranças sindicais da região sul do Estado.

"Ao debater este projeto, não estamos apenas falando de logística ou transporte, mas principalmente de um instrumento de integração da Bahia. Não podemos mais ter o desenvolvimento atrelado apenas à região metropolitana", relatou o secretário. O Complexo Logístico Industrial envolve a implantação do Porto Sul, rodovias, a Ferrovia oeste-Leste, o novo Aeroporto Internacional de ilhéus, além da Zona de Processamento de Exportações.

Para o Prefeito de Uruçuca e Presidente da Associação dos Municípios do Sul, Extremo Sul e Sudoeste da Bahia (Amurc), Moacir Leite, o debate é imprescindível para que os mais diversos setores da sociedade tenham informações sobre os impactos deste amplo projeto. "Nossa região vem há muito tempo sofrendo com o declínio do cacau e precisamos desenvolver outros setores, mas precisamos conhecer os projetos e ter consciência dos seus impactos", declarou.

O Governo da Bahia vem realizando uma série de encontros com segmentos específicos da sociedade, para debater o projeto. Já foram realizadas apresentações para ambientalistas, autoridades municipais, para o Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual. Na manhã desta quinta, o chefe de gabinete da Secretaria de Indústria, Comércio e Mineração, Antonio Matias, conversou com representantes da classe empresarial.

Porto Sul

Com um investimento aproximado de R$ 1 bilhão, o Porto Sul será construído na localidade de Ponta de Tulha, ao norte de Ilhéus, mediante estudos ambientais, e tornará o município uma das principais cidades portuárias do país e da Bahia, um estado estratégico para a movimentação de cargas.

A nova saída portuária do litoral sul do estado vai potencializar, sobretudo, o escoamento de soja das regiões centro-oeste e oeste do estado. Dessa forma, contribuirá para a recuperação da economia regional, permitindo também a ampliação de atividades econômicas como mineração, agricultura e comércio.

Aeroporto

A construção do novo aeroporto de Ilhéus tem valor estimado entre R$ 150 e R$ 200 milhões e foi fruto de um acordo de cooperação assinado entre o Governo da Bahia e a Infraero. O acordo prevê que o investimento para todas as obras no sítio aeroportuário será feito pela Infraero, incluindo o Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).

Caberá ao Governo do Estado a elaboração dos estudos e projetos de engenharia das obras de infraestrutura viária e básica necessária - energia, água, saneamento, telefonia e dados. Os estudos custarão R$ 5 milhões e definirão o montante do investimento nas obras por parte do governo.

Estudos iniciais da Infraero indicam que a construção do novo aeroporto terá projeto para passageiros e para cargas, evitando gargalos na exportação da produção. Os estudos prevêem, ainda, que o novo aeroporto terá nível internacional, com duas pistas de 3 mil metros.

Ferrovia Oeste-Leste

A Ferrovia da Integração Oeste-Leste, que liga Ilhéus a Figueirópolis, no Tocantins, vai atravessar 32 municípios distribuídos ao longo do percurso de 1,11 mil quilômetros. A maior parte do trecho que corta o território baiano passa por São Desidério, município que detém parcela expressiva da produção de algodão do Brasil e se destaca como grande produtor de grãos.

O investimento estimado em R$ 4,5 bilhões deve gerar cerca de 30 mil empregos diretos, de acordo com dados do Ministério dos Transportes. A licitação da Ferrovia Oeste-Leste será aberta em dezembro deste ano. A previsão é que as obras durem três anos.