A arrecadação do ICMS do mês de agosto de 2009, apesar de superar a de julho em valores por volta de R$ 30 milhões, voltou a apresentar queda nominal de quase 5 % em relação a igual período do exercício anterior.
Em outras palavras, a queda de arrecadação de agosto de 2009 está sendo esperada em quase 50 milhões abaixo do valor alcançado no mesmo mês de agosto de 2008, quando atingiu R$ 884 milhões.
Revelando uma situação no mínimo preocupante com relação à economia do estado da Bahia e demonstrando que a crise ainda não se debelou.
Os números, divulgados em primeira mão pelo Bahia Já, ainda não são definitivos por questões, mas mostram que a arrecadação do estado não está controlada como assegura o governo do estado e vem a confirmar não só os efeitos da crise na economia baiana, mas, principalmente, uma administração tributária equivocada e incapaz de reagir às dificuldades gerenciais da pasta.
Segundo alguns observadores, a situação da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia muito se assemelha ao que vinha ocorrendo com a Receita Federal do Brasil, quando o aparelhamento sindical da máquina fazendária gerou perdas expressivas de arrecadação, levando o Presidente Lula a afastar a equipe que controlava a RFB, que reagiu com denúncias e uma debandada espalhafatosa, como bem classificou o editorial de 25 de agosto da Folha de São Paulo.
O mesmo editorial classificou como um "naufrágio" a primeira tentativa do governo Lula de aparelhar a Receita Federal. O aparelhamento da Secretaria da Fazenda da Bahia caminha no mesmo sentido.
O órgão, sempre envolvido em polêmicas, vem sofrendo um desmantelamento sucessivo, com a "perda vocacional" de seus melhores quadros, que não aceitam participar da equipe controlada pelo Sindsefaz, que agora, numa manobra assemelhada à onda de insatisfação ocorrida na Receita Federal, ensaia reações de protestos ao próprio governo Wagner, que deveria encaminhar o reajuste do teto salarial do servidor até o final de agosto e ainda não o fez.