Equipada com motor 2.0 turbo de 200 cavalos, câmbio automático Tiptronic de seis marchas e tração integral com bloqueio de diferencial central. Apesar disso, a lista de opcionais inclui vários equipamentos como teto solar panorâmico (skyview), bancos de couro com ajuste elétrico para o motorista, rodas de liga-leve de 18 polegadas, faróis de xenon direcionais, volante com comando de troca de marchas, módulo off-road, entre outros. Completo, o Tiguan custa cerca de R$ 150 mil. É o preço de carros bem maiores e luxuosos como Ford Edge, Hyundai Santa Fé e Toyota SW4.
O SUV construído sobre a plataforma do Golf (geração V e não a VI lançada recentemente na Europa), do qual herda o motor e o câmbio, além de diversas peças de acabamento interno como o painel e os bancos. Os eixos, porém, vêm do Passat e o sistema de tração integral é o mesmo usado no Passat CC. O design busca referência em outros modelos da VW, afinal precisa preservar a identidade da marca. O visual agrada, apesar de não ser tão chamativo.
O acabamento interno é primoroso, com materiais emborrachados no painel e portas, peças de plástico com encaixes precisos e detalhes de alumínio estrategicamente espalhados pela cabine. Destaque para as pequenas saídas de ar circulares que garantem um visual único ao painel do SUV. O espaço acomoda confortavelmente cinco pessoas, mas o espaço para a bagagem não é tão generoso: são 360 litros (o mesmo de um Chevrolet Meriva). Afinal, o Tiguan é baseado no Golf e, apesar de mais alto e imponente, tem praticamente os mesmos entreeixo (2,60 metros) e, consequentemente, espaço interno do hatch médio.
E não é apenas o tamanho que o Tiguan herda do Golf. O comportamento dinâmico, um dos pontos altos do hatch, também é destaque no SUV. Em ação, o Tiguan se mantém obediente aos comandos, não oscila nas curvas nem passa insegurança ao motorista em velocidades mais elevadas. Mais parece um hatch e dos bem acertados, afinal a suspensão independente nas quatro rodas tem uma regulagem firme, que não compromete o conforto - característica típica dos modelos alemães em geral.
O motor 2.0 Turbo TSI 16 válvulas de 200 cavalos de potência e 28 mkgf de torque é o coração do SUV e responsável pelo desempenho excepcional. Em conjunto com a transmissão automática Tiptronic de seis velocidades, leva o Tiguan de 0 a 100 km/h em apenas 8,5 segundos e a uma velocidade máxima de 207 km/h. O Chevrolet Captiva, por exemplo, um dos concorrentes do Tiguan, tem máxima limitada a 180 km/h por questões de segurança.
A mesma desenvoltura, porém, não é mostrada no off-road. Com um ângulo
de ataque de apenas 18º (o mesmo do Captiva), o Tiguan não consegue transpor obstáculos medianos de uma trilha. Só para comparação, o jipe Troller (referência nacional no segmento de off-road) tem ângulo de ataque de 56º - para não ser tão injusto, comparemos também com outro modelo sem grandes vocações para o fora de estrada como o Ford Ecosport, que ainda assim tem ângulo de 28º.
A tração integral permanente garante alguma valentia, que pode ser potencializada com o opcional módulo off-road (sistema que monitora e age eletronicamente em cada uma das rodas, melhorando a condução em terrenos acidentados). Na prática, como ninguém vai fazer trilha com o Tiguan, não vale o investimento - tanto que os modelos testados nem sequer tinham o equipamento. A altura do solo de 195 milímetros, ao menos, evita que o carro raspe o fundo constantemente.
O Tiguan recebeu a nota máxima no crash test do EuroNCAP (5 estrelas) e ficou em primeiro lugar no teste de capotagem realizado pelo IIHS (Institute Insurance Highway Safety), orgão responsável pela segurança veicular nas estradas dos EUA, entre os modelos SUV compactos. Resultados que mostram a preocupação dos engenheiros alemães não apenas com o desempenho. São seis airbags (frontais, lateral e tipo cortina), freios ABS com auxílio automático de frenagem emergencial, controles de tração e estabilidade, que aumentam a segurança dos ocupantes.