Ainda que a conjuntura desfavorável pela crise financeira internacional tenha motivado queda nos resultados do comércio exterior, a Bahia conseguiu fazer no primeiro trimestre um superávit de aproximadamente US$ 500 milhões, 113,4% maior do que no mesmo período do ano passado, segundo a assessoria do PROMO.
Em março, as exportações cresceram 5,5% (totalizando US$ 475 milhões) e as importações 80,6% (US$ 389 milhões), garantindo o saldo comercial de US$ 86 milhões. "Esse resultado pode indicar o início de uma tendência para os próximos meses, na medida em que o pior da crise parece estar passando", afirma Ricardo Saback, presidente do Promo - Centro Internacional de Negócios da Bahia.
Celulose teve
crescimento nas
exportações
O desempenho positivo das exportações no primeiro trimestre ficou por conta do setor de papel e celulose, com US$ 353 milhões, o que representa 10% de incremento sobre o mesmo período do ano passado. "O setor lidera desde 2008 a pauta de exportações baianas, resultado dos investimentos realizados e da alta produtividade que a cultura tem em solo baiano", explica Ricardo Saback.
Também tiveram bom desempenho no trimestre outros produtos da agroindústria como a soja, com US$ 98,5 milhões (+306,4%) e o algodão, com US$ 51,6 milhões (+126,3%). Em relação aos mercados compradores, vale destacar a posição da China, que elevou as compras da Bahia em 5,6% no período e já se posiciona como segundo maior mercado para os produtos baianos.
Redução no comércio
de produtos industriais
Apesar do superávit comercial, as vendas externas da Bahia mantiveram no acumulado do trimestre o ritmo de queda registrado desde o início do ano. As exportações recuaram 32,8% em relação ao mesmo período de 2008 e as importações foram 52,6% menores. Caíram principalmente as vendas de petróleo e derivados, automóveis, produtos metalúrgicos e petroquímicos. Conseqüência, de acordo com o presidente do Promo, "da retração econômica global e da queda de preços internacionais de commodities e de produtos industriais"
Pelo lado das importações, as maiores quedas foram na área de combustíveis e lubrificantes, matérias primas e bens intermediários e bens de consumo duráveis. Na análise do Promo, esse resultado se deve "a redução do nível de atividade econômica interna, a redução de preços e, em grande medida, a valorização do dólar em relação ao real".