Economia

JUROS ALTOS TERIA SIDO CAUSA SAÍDA DO PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL

Vide
| 08/04/2009 às 12:35
Antônio Francisco de Lima Neta deixa a presidência do Banco do Brasil
Foto: Foto: Givaldo Barbosa/O Globo
  OP presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, vai deixar o cargo nesta quarta-feira (8). A assessoria de imprensa do BB não confirma a informação e diz que o presidente continua trabalhando normalmente.

   O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta a saída de Lima Neto e disse que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai explicar os motivos da saída numa entrevista coletiva marcada para as 13h. 


   "A informação que recebi do ministro ontem é que ele queria sair. Então, o Guido vai explicar para vocês, porque eu não tenho detalhes da saída", disse Lula.


   Segundo Cristiana Lôbo, o sucessor de Lima Neto será Aldemir Bendine, outro funcionário de carreira do Banco do Brasil.


  O jornal "O Globo" desta quarta  informa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia decidido demitir o presidente do Branco do Brasil devido ao alto spread bancário.

  O jornalista Ancelmo Gois informa em sua coluna que o presidente Lula estaria insatisfeito com as altas taxas de juros cobradas pelo Banco do Brasil e, por isso, decidiu trocar o comando da instituição.


Spread bancário


O problema do spread bancário (a diferença entre o quanto as instituições financeiras pagam por recursos e o quanto cobram dos seus clientes) estava sendo estudado há tempos pelo governo. As reclamações sobre o spread e os pedidos para a sua queda foram constantes, principalmente para os bancos públicos.


Em janeiro, durante encontro com sindicalistas para falar sobre a crise econômica, Lula disse que teria um encontro com os presidentes de bancos públicos para cobrar uma redução do spread. 


Em fevereiro, ao sair de uma reunião ministerial o ministro da fazenda, Guido Mantega, afirmou que tinha "certeza" de que o spread no Brasil podia ser reduzido.


O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no mês passado que havia espaço para o spread cair. "Acho que há um trabalho grande a ser feito e um espaço para que o spread caia", afirmou na ocasião.