Devem chegar a 300 as demissões na Coopercentral Aurora devido à crise internacional que atingiu as exportações de carne. Ontem o presidente da agroindústria, Mário Lanznaster, deu entrevista coletiva sobre a suspensão das atividades na unidade de Joaçaba, onde trabalhavam 218 funcionários no abate de 1,1 mil suínos por dia.

Outras 100 vagas estão sendo fechadas na unidade de Quilombo, onde o abate será reduzido de 160 mil aves por dia para 120 mil. De acordo com Lanznaster, além da crise internacional, que derrubou as exportações de suínos em 50%, a unidade de Joaçaba tinha problemas no abastecimento de água e também no tratamento de efluentes.

O presidente disse que os funcionários serão demitidos e a produção de suínos encaminhadas para Chapecó e as cidades gaúchas de Erechim e Sarandi, onde a cooperativa tem unidades industriais. Lanznaster afirmou que outro problema da unidade é a falta de uma sala de cortes.

- A unidade só produz carcaças e no momento os estoques de carne estão até o pescoço.

Para retomada seriam necessários R$ 45 milhões

Lanznaster afirmou que a suspensão é temporária mas não há prazo para retomada. Ele citou que para retomar a produção e dobrar o abate, seriam necessários R$ 45 milhões em investimento. Por enquanto a cooperativa não tem esse dinheiro. Outro pré-requisito, segundo o diretor, são investimentos da prefeitura de Joaçaba e do Governo do Estado na perfuração de um poço até o aquífero Guarani e um rede coletora de efluentes.

A direção da Aurora estima em R$ 7 milhões neste ano a economia com a paralisação da unidade do Meio-Oeste. Em Quilombo houve uma redução nesta semana de três para dois turnos. Lanznaster disse que boa parte das vagas fechadas não necessitarão de demissões, devido a não reposição de funcionários que sairiam naturalmente.