Economia

DIRETOR DO IAF SINDICAL DIZ QUE ESTADO DERRAPA DIANTE DA CRISE MUNDIAL

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| 11/03/2009 às 09:28
Maurício Ferreira, diretor do IAF Sindical
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Na opinião do diretor de Assuntos Parlamentares do IAF Sindical, o Auditor Fiscal Maurício Ferreira, presente na Assembléia Legislativa na tarde ontem, 10, a equipe técnica do governador Jaques Wagner não se preparou devidamente para a crise financeira mundial e por isso os efeitos na economia baiana serão mais graves do que se pode esperar.


Esquivando-se de falar sobre aspectos da gestão fazendária na Sefaz ou mesmo sobre as medidas de contingenciamento anunciadas, e com isso evitando entrar em choque com a equipe do secretário Carlos Martins, o diretor do IAF Sindical afirmou que a Bahia foi tratada como o "primo pobre" no pacote de obras que integram o Programa de Aceleração do Crescimento - PAC.


Para o sindicalista, a Bahia não ter emplacado nenhum grande projeto dentre as quinze maiores obras do PAC é imperdoável, pois só com a repercussão econômica decorrente dos investimentos públicos e privados é que conseguiremos manter os postos de trabalho e gerar os milhares de novos empregos necessários à manutenção do crescimento econômico.


ENFRENTAMENTO

Na opinião de Maurício Ferreira, a existência de obras como o Complexo Petroquímico e Portuário de Suape em Pernambuco, que atrairão investimentos na ordem de 15 bilhões até 2010 e gerarão quase 200.000 postos de trabalhos, entre empregos diretos e indiretos, ou os investimentos que serão feitos no novo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj podem ser determinantes no enfrentamento da crise em um momento de retração econômica.


Para o sindicalista, a construção do Porto de Suape pode ser considerada uma vitória pessoal do governador Eduardo Campos e de sua equipe. Se Deus não é pernambucano, pelo menos o presidente é, disse o militante. Na Bahia temos o mais importante governador do PT, porém faltou empenho de sua equipe na captação de investimentos, arrematou Ferreira.


O diretor do IAF lembrou que grandes intervenções urbanas como a Via Expressa Bahia de Todos os Santos e a Ferrovia Oeste-Leste, já licitadas, são essenciais para o enfrentamento da crise, porém não expressam a importância política e econômica da Bahia.


Elogiando o empenho do governador pela construção do Porto Sul (off-shore), orçado em mais de 600 milhões de reais, chamou a atenção para as questões relacionadas ao impacto ambiental causado pelo empreendimento, já que atingirá áreas protegidas de Mata Atlântica e que compõem o pólo turístico da região de Ilhéus e Itacaré, que serão irreversivelmente comprometidas pela nova lógica de povoamento da costa - o que inclui imensa área de beneficiamento de minério de ferro, similar ao que ocorre na Grande Vitória, propagando fuligem mineral em um raio de 30 km e prejudicando sobremaneira a região. "Não sei se o afastamento de 3 km da costa será suficiente para contornar este problema", comentou o especialista.


Criticas fez o sindicalista ao reiterado adiamento das obras do metrô de Salvador, que considerou injustificável. O metrô de Salvador demonstra a incapacidade de se articular um plano de investimentos públicos, desprendida de ingerência política e partidária, disse Ferreira.