Vide
Está proibida a entrada da palma forrageira por tempo indeterminado devido às pragas
Foto: Foto: Divulgação
Devido à fácil disseminação da cochonilha do carmim, principal praga que
acomete a cultura de palma forrageira, e com o intuito de manter as
plantações das cactáceas estabelecidas no território baiano livre da
doença, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão da
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária, proibiu, por
tempo indeterminado, a entrada, trânsito e o comércio de plantas oriundas
de estados em que a presença da praga já foi constatada, a exemplo de
Pernambuco, Paraíba e Ceará.
O decreto, divulgado na última sexta (12), é
fundamentado na lei 7439/99 de controle fitossanitário.
Seguindo o regulamento de defesa sanitária vegetal da Adab, que estabelece
o combate às doenças e pragas de vegetais, só será permitida a entrada de
palmas no estado quando as mesmas estiverem acompanhadas do Certificado
Fitossanitário de Origem (CFO), atestando que as mesmas vêm de áreas
livres, e da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), embasados no CFO.
De acordo com o diretor geral da Adab, Cássio Peixoto, a fiscalização será
intensificada com barreiras fixas e móveis para bloquear possíveis vetores
que possam introduzir a praga na Bahia. Em caso de apreensão, o material
será sumariamente destruído.
"A palma forrageira tem grande importância
sócio-econômica para os agricultores familiares do semi-árido da Bahia.
Eles utilizam a palma como alimento do rebanho e até mesmo como consumo
próprio. Sendo assim, torna-se necessário realizarmos um intenso trabalho
de combate a praga que uma vez instalada na planta, pode ocasionar perda
de 100% da produção" concluiu Peixoto.
Palma na
alimentação humana
Em todo Nordeste do país a palma forrageira é utilizada costumeiramente
como fonte de alimentação de animais nos longos períodos de estiagem do
Semi-árido. Apesar de ter seu potencial ainda pouco explorado, é conhecida
mundialmente como fonte de energia, na fabricação de medicamentos,
cosméticos e corantes, bem como na alimentação humana.
Agricultores familiares do Semi-árido baiano costumam utilizar a planta
para consumo próprio. Irecê, Brumado, Jacobina, Rui Barbosa e Chapada
Diamantina são regiões que consomem a palma na alimentação. As partes mais
utilizadas para alimentação humana são o broto e a fruta da palma. A
planta é fonte de nutrientes como cálcio, ferro, vitaminas A e B e do
ponto de vista nutricional é semelhante ao espinafre.
A região semi-árida ocupa 360 mil quilômetros quadrados, o que corresponde
a 64% do território baiano, sendo composta por 258 municípios, onde
residem 48% da população estadual, totalizando cerca de 6,3 milhões de
habitantes, onde a grande maioria utiliza a palma como fonte de renda.