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CEF não ouviu auditores no empréstimo bilionário a Petrobras (Foto/Div)
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O empréstimo de R$2 bilhões que a Caixa concedeu a Petrobras está sendo considerado pela Associação Nacional dos Auditores Internos da entidade (AUDICAIXA) como fora dos padrões, pois, a direção do banco não consultou os auditores antes de conceder o crédito, contrariando a praxe.
Trata-se do maior empréstimo individual concedido pela Caixa, em sua história, numa situação atípica mesmo em se tratando da Petrobras. O anúncio do empréstimo foi postado no último dia 31 de outubro na intranet da Caixa e pegou de surpresa os 370 auditores da instituição. No anúncio, há fotos de apertos de mãos do vice-presidente de atendimento da Caixa, Carlos Borges.
Para Antonio Augusto de Miranda e Souza, presidente da Audicaixa, apesar da consulta não ser obrigatória aos auditores esse seria o procedimento desejável e prudente, até porque é um mecanismo habitual na instituição para aqueles que desejam tomar empréstimos.
Por ser um banco de varejo, voltado para pequenos e médios negócios, o empréstino a Petrobras causou um grande rebuliço interno na instituição com repercussões políticas, pois, está não é a finalidade da Caixa, instituição voltada, prioritariamente, para o mercado imobiliário.
O deputado José Carlos Aleluia, vice-líder do DEM, assegura que há descontrole na Petrobras e falta de transparência. Aleluia quer saber o que se passa na Caixa e na Petrobras e vai colocar a boca no trombone a partir desta segunda-feira.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP), presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, onde o PSDB quer armar sua base para discussão da legalidade do empréstimo, diz que não houve uso político no negócio.
ESTOQUE DE EMPRÉSTIMOS
Do estoque de empréstimos da Caixa com base no último mês de setembro no valor de R$69.168 bilhões, 59% foram para habitação, 18% para pessoas físicas, 14% para pessoas jurídicas e 6.7% para financiamento de saneamento básico e infra-estrutura.
Um dos aspectos que chamou a atenção no empréstimo a Petrobras é de que, o tamanho do negócio, está próximo do limite de 25% para empréstimos a uma só empresa, que de R$2,2 bilhões.
Outras questões que deverão repercutir, em Brasília, no campo político, é por que a Petrobras, que teve lucro de R$10.8 bilhões precisou de um empréstimo de caráter emergencial, denotando, assim, falta de planejamento; e por que o CMN não divulgou no dia de sua reunião (30 de outubro), a decisão de permitir que a Petrobras tomasse empréstimos no sistema financeiro nacional.