Economia

PRODUÇÃO DE TRIGO EM MINAS ATINGE 95.6 MIL TONELADAS EM 2008

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| 20/11/2008 às 22:22
O incremento na produção do trigo, em Minas, é da ordem 86.3% (F/Div)
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A produção de trigo em Minas Gerais, neste ano, vai aumentar 86,3%, alcançando cerca de 95,6 mil toneladas, na comparação com a colheita de 51,3 mil toneladas da safra anterior. O crescimento é superior ao da safra brasileira, estimado em 46,7%, já que o país deve colher 5,7 milhões de toneladas contra 4 milhões de toneladas do ano passado.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram divulgados ontem pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Estes são os melhores números da história do trigo em Minas Gerais, mas ainda não atendem à demanda dos moinhos mineiros, de aproximadamente 400 mil toneladas por ano. Uma das alternativas para os produtores alcançarem esta meta pode ser a unificação dos programas de pesquisa de trigo destinados ao aumento da produção. O tema será analisado por especialistas de instituições públicas e privadas do Estado amanhã, a partir das 10 horas, no Centro Tecnológico de Pesquisa da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig), em Uberaba, no Triângulo Mineiro.

CRESCIMENTO

O encontro terá a coordenação do Programa de Desenvolvimento da Competitividade da Cadeia do Trigo em Minas Gerais (Comtrigo), criado pela Secretaria da Agricultura. De acordo com o coordenador do programa, Lindomar Antônio Lopes, foram convidados pesquisadores da Epamig, Embrapa, Fundação Triângulo, Sindicato da Indústria do Trigo Minas Gerais (Sinditrigo) e Associação dos Triticultores de Minas Gerais (Atriemg). Estarão presentes também especialistas que atuam nas cooperativas e representantes do Ministério da Agricultura.

Gargalos

Os pesquisadores vão apontar, na reunião, os gargalos que devem ser superados para promover o aumento da produção do cereal em Minas e definir as bases para aumentar a integração das instituições de pesquisa de trigo no Estado.

Segundo o coordenador, o Comtrigo vai indicar a Epamig, vinculada à Secretaria da Agricultura, para coordenar a unificação da pesquisa. No encontro serão analisadas também as alternativas de prospecção de recursos para o desenvolvimento dos trabalhos.

"Interessa atualmente aumentar a produção para projetar o trigo mineiro e conseqüentemente elevar o nível de emprego e renda no Estado", enfatizou o coordenador. O rendimento do trigo em Minas, estimado neste ano em 4,8 toneladas por hectare, também continua superior ao do Brasil, que é da ordem de 2,4 toneladas por hectare, apontam as estimativas do IBGE. "A diferença a favor do Estado é garantida pelas condições ideais do solo, principalmente na região do cerrado, e também porque o clima é excepcional para a cultura, de acordo com a avaliação do Comtrigo", ponderou Lindomar Lopes.

Novos mercados

As ambições dos produtores de trigo de Minas Gerais vão além de atender à demanda dos moinhos estaduais. O coordenador disse que o cereal cultivado nas lavouras mineiras tem qualidade para disputar mercados como o Distrito Federal, estados do Nordeste e outros, que se encontram distantes do Sul do Brasil, onde se concentra a maior produção atualmente. Ele acrescentou que o aumento da produção de trigo nas lavouras de Minas Gerais pode ajudar a reduzir as importações do cereal, principalmente da Argentina.

Lindomar observou que o plano da cadeia de trigo no Estado para aumentar a produção de trigo tem o incentivo do mercado. "Grandes processadoras do cereal têm destacado a necessidade de aumento da produção no Centro-Oeste do país, sobretudo porque essa região tem mais condições de atender aos estados do Nordeste", destacou.

"Essa idéia corresponde à proposta de criação de um pólo de produção de trigo no Brasil Central, apresentada ao Ministério da Agricultura pelas entidades da cadeia do trigo em Minas e bem aceita pelos estados que compõem o bloco. Minas participa do grupo com os estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal. "O novo pólo pode incluir 2 milhões de hectares do cerrado brasileiro no cultivo de trigo", estimou o coordenador.

Fonte: Ocemg/Sescoop-MG