O índice superou, assim, a marca recorde anterior, de queda de 2,65% em novembro de 2001, quando o país ainda lidava com as conseqüências para a economia dos ataques do 11 de Setembro.
O declínio no mês passado foi liderado pela queda nas vendas de automóveis, mas a retração foi sentida em todos os setores. Além disso, o resultado negativo de outubro foi o quarto consecutivo, superando também as previsões dos analistas, de uma queda de 2%.
Fernando Canzian/Folha Imagem |
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Loja da rede de vesturário Old Navy tenta estimular consumo com 75% de desconto |
As vendas de carros no país caíram 5,5%, maior desde agosto de 2005. As companhias automobilísticas americanas já haviam delineado esse cenário ao divulgarem seus resultados de vendas. A Ford Motor já anunciou que teve um prejuízo de US$ 129 milhões durante o terceiro trimestre: a queda nas vendas em outubro foi de 30% (para 132.248 veículos leves).
A japonesa Toyota também teve uma queda de 23% (foram 152.101 unidades de veículos leves) nas vendas; as da Chrysler recuaram 24,5%; da Mercedes, 34,3%; da Porsche, 50,1%; e da General Motors, de 45%.
Excluídas as vendas de automóveis, as vendas no varejo caíram 2,2%; mesmo nessa leitura, o resultado foi um recorde de baixa.
O consumo responde por cerca de dois terços de toda a atividade econômica dos EUA. Com a retração no consumo, a recessão pode já estar presente. No trimestre passado, a economia dos EUA teve contração de 0,3%; para o trimestre em curso, a previsão é de novo resultado negativo. Dois trimestres de resultado negativo do PIB (produto Interno Bruto) são tidos como a definição de uma economia em recessão.
Segundo os dados do governo divulgados hoje, as vendas em cadeias de lojas, que incluem gigantes varejistas como a rede Wal-Mart, tiveram queda de 0,4%. No setor de vestuário, a queda foi de 1,4%. Em lojas de móveis, a queda foi de 2,5%.
Um dos poucos setores que resistiu à falta de disposição dos consumidores para gastar foi o de bares e restaurantes, que apresentou um ligeiro crescimento de 0,3% --sinal de que, diante da crise e do desemprego crescente, os americanos talvez estejam procurado reservar um mínimo de recursos para se distrair.
No mês passado, a economia americana eliminou 240 mil postos de trabalho; a taxa de desemprego, por sua vez, atingiu 6,5%, pior taxa desde fevereiro de 1994. Os pedidos de auxílio-desemprego, por sua vez, passaram de 500 mil na semana passada --o nível que indica que a economia está perto de uma recessão é 400 mil.