As diferenças entre as economias do Sudeste, especialmente São Paulo e Minas Gerais, com relação à Bahia são imensas, e de certa forma explicam as grandes diferenças de montantes de Investimentos entre os Estados e a qualidade de seus serviços públicos, fatores estes que influem decididamente na qualidade dos índices sociais e em oportunidades de emprego.
Para se ter uma idéia das diferenças de potencial econômico das economias o montante de impostos federais recolhidos no Estado de São Paulo em 2007 foi de mais de 190 bilhões de reais, em Minas Gerais mais de 25 bilhões, na Bahia 8,7 bilhões. Em 2007 o ICMS recolhido no Estado de São Paulo foi mais de 63 bilhões, em Minas Gerais mais de 19,3 bilhões e na Bahia 8,7 bilhões.
Com relação ao Investimento próprio no Estado da Bahia, de acordo com os Balanços Orçamentários publicados 1999 - 2007, os percentuais vêm caindo em relação a receitas totais do Estado.
As receitas totais no período crescerem 166,9%, apesar disto os investimentos do Estado não acompanharam a tendência e perdem espaço a cada ano.
ANOS | Receitas Totais | Investimentos | Invest./Rec. totais |
1999 | 6.474.130,7 | 764.140,0 | 11,803% |
2000 | 7.497.441,1 | 845.174,4 | 11,273% |
2001 | 8.462.644,6 | 900.276,0 | 10,638% |
2002 | 9.878.292,0 | 943.405,7 | 9,550% |
2003 | 10.913.916,0 | 863.729,7 | 7,914% |
2004 | 13.048.648,0 | 861.057,1 | 6,599% |
2005 | 14.446.993,2 | 1.009.579,0 | 6,988% |
2006 | 15.946.448,7 | 1.046.319,6 | 6,561% |
2007 | 17.279.325,1 | 825.136,1 | 4,775% |
Cita-se como principal responsável pela perda significativa do percentual de investimentos os gastos crescentes do serviço da dívida pública do Estado da Bahia (amortização + juros), que de forma perversa, drena valiosos recursos que poderiam estar sendo aplicados nas imensas carências socias e de infra-estrutura.
Outro fator preocupante é a reforma tributária que favorece a instalação de novos negócios nos grandes Estados.
Esses Estados ampliam de forma competitiva e agressiva sua infra-estrutura, fato este difícil de ser acompanhado pelos estados do Norte e Nordeste sem a decisiva ação do Governo Federal.
O fim completo da Guerra Fiscal, fato preconizado pelo projeto de reforma tributária, por si só, concentrará mais ainda os investimentos das grandes empresas nos Estados economicamente mais preparados e com mercado consumidor mais robusto.
Criação de fundos de compensação por mais bem estruturados que sejam não substituem o virtuoso ciclo de novos empreendimentos que geram impostos, empregos, consumo, e ascensão social.
Se a Reforma Tributária seguir pelo caminho já traçado, os Estados do Norte e Nordeste terão as diferenças regionais ampliadas aumentando sua dependência econômica.