Economia

CRISE AMERICANA APAVORA MERCADO NO BRASIL E BOVESPA CAI 7.5 PONTOS

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| 15/09/2008 às 18:02
Bovespa despenca, dólar sobe e crise norte-americana ronda o Brasil (F/Div)
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  O temor de que o pior da crise financeira americana ainda esteja por vir, reaceso com o colapso do Lehman Brothers, levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) à maior queda diária desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Com uma desvalorização de 7,59%, o Ibovespa voltou aos 48.416 pontos, consumindo a maior parte dos ganhos acumulados nas últimas três sessões.

  As ações da Petrobras, as de maior peso no pregão, foram das que registraram a maior desvalorização. Influenciado também pela queda na cotação do petróleo, o papel preferencial da petrolífera caiu 9,36%, de acordo com dados preliminares.

A turbulência acentuou a volatilidade dos negócios, fator já comum em dia de vencimento de opções, calibrando o giro financeiro para R$ 6,1 bilhões, o maior em setembro.


 Petrobras, a mais importante do índice, foi a mais alvejada por ordens de venda. Também sob influência da queda do barril de petróleo para a casa dos US$ 95, as ações da companhia desabaram 9,12%, para R$ 29,99.


 Vale, a outra ação mais negociada do mercado doméstico, perdeu 8,85%, a R$ 34. Mas a pior do dia foram os papéis da BM&F Bovespa, que desabaram 11,9%, a R$ 8,59.


MANTEGA DIZ QUE
NÃO DEVEMOS NOS
IMPRESSIONAR  

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, que o Brasil não pode tomar medidas precipitadas por conta do agravamento da crise de crédito americano, que levou o banco de investimento Lehman Brothers a anunciar que vai declarar falência. "Não devemos nos impressionar com um ou dois dias de nervosismo mais intenso no mercado financeiro, devemos ficar calmos e não tomar medidas precipitadas", disse.

Mantega participou da abertura do Fórum de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O anúncio de falência do Lehman Brothers e da venda do Merril Lynch ao Bank of America por cerca de US$ 44 bilhões refletiu negativamente nos mercados. No Brasil, às 10h53, o Ibovespa tinha perdas de 4,55%, aos 50.010 pontos. O dólar, por sua vez, tinha valorização de 1,74% e era cotado a R$ 1,812.


Segundo Mantega, a crise de crédito americana é séria e vai continuar "produzindo estragos" nas economias mais maduras, que, para o ministro, são o epicentro das turbulências. "É, sem dúvida, a crise mais séria da economia mundial desde a 2ª Guerra", disse.


No entanto, Mantega destacou que o Brasil, assim como os outros emergentes, deve ser menos afetado pela crise. "Vai haver uma pequena desaceleração do crescimento em 2009 e o dólar vai continuar se valorizando ante o real", disse.


Porém, o ministro afirmou que não espera que a queda do real vá gerar pressões inflacionárias no País. "Isso está sendo compensado pela queda mundial no preço das commodities", disse.

Mesmo que a crise se prolongue, Mantega afirmou que o País está preparado para manter o crescimento sustentável. "Nossos fundamentos são sólidos".


Apesar de descartar qualquer medida imediata, o ministro disse que fará qualquer coisa para preservar a estabilidade da economia brasileira. "O governo possui um arsenal grande de medidas fiscais e monetárias. E ele vai usar para garantir a estabilidade da economia", completou Mantega.