A CultCoop surgiu em Minas Gerais em 2004 e desde 2007 está sendo nacionalizada. Seis estados desenvolvem a CultCoop em caráter piloto em alguns projetos coletivos. Em 2009, a estratégia estará disponível para todos os demais estados brasileiros.
A Bahia é um dos estados que já experimentam o piloto. Viviane Brasil, gestora da CultCoop na Bahia, assinala que a implementação da estratégia ajudou os empresários a inclusive melhorarem seu relacionamento com pessoas de fora do grupo.
O Sebrae na Bahia trabalha a CultCoop com seis grupos de empresas. Em 2009, o Sebrae/BA pretende levar a CultCoop às suas principais carteiras de projetos. "A estratégia faz com que os parceiros se fortaleçam, se reconheçam e passem a se relacionar melhor e de forma mais efetiva com seus fornecedores e clientes", exemplifica Viviane.
COOPAITA
Valdomiro Victor, conselheiro fiscal da Cooperativa de Produtores de Abacaxi de Itaberaba (Coopaita), na Bahia, conta que a implementação da CultCoop no grupo, formado por 180 produtores, aumentou o envolvimento dos agricultores com os assuntos de seus interesses.
"Antes realizávamos assembléias com uma média de 20 a 30 pessoas. Hoje essa média saltou para 90 e contamos efetivamente com 110 produtores com voz ativa nas decisões da cooperativa", revela Valdomiro satisfeito. A Coopaita integra o projeto coletivo Grupo de Produtores de Abacaxi, apoiado pelo Sebrae na Bahia.
O conselheiro diz que a estratégia para atrair os cooperados foi preparar um questionário, sob coordenação do Sebrae/BA, para conhecer o motivo da desilusão dos componentes do grupo em relação à Coopaita.
QUESTÃO CULTURAL
"A participação é uma questão cultural. Mas só de irmos visitar as pessoas para conversar com elas sobre a importância da cooperação e de atuarmos juntos, já sentimos que se despertou o interesse", lembra Valdomiro. Ele recorda a tarefa árdua que representaram as visitas, com distâncias percorridas de até 60 quilômetros no entorno do município de Itaberaba.
"A cultura da cooperação significa muito para nós. Como somos agricultores de pequenas propriedades temos na união a chance de atingirmos mercados que não conseguiríamos se tentássemos sozinhos", afirma Valdomiro.
Em outro município baiano, Itanhém, a Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação começou a ser usada com 27 empresas do Grupo de Produtores de Cachaça. "Trabalhar a cultura da cooperação é importante. Embora sejamos unidos, cada empresário tem um modo de pensar. A CultCoop reforça para a gente o quanto é importante cooperar", observa Enedina de Souza Azevedo, produtora e presidente da associação que está sendo criada para reunir os produtores de cachaça de Itanhém.