Segundo o Chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições não Bancárias (Desuc), Gilson Balliana, "um crescimento de dois dígitos é fundamental para a solidez do sistema financeiro, a ampliação contínua do crédito para micro e pequenas empresas e o estabelecimento de um nível de concorrência que realmente impacte os custos da oferta de serviços".
Balliana considera a meta conservadora em função da grande movimentação que vem sendo registrada para transformação de cooperativas de segmentos específicos, como o rural, em cooperativas de livre adesão. "As normas para a constituição de cooperativas continuam evoluindo em favor do aumento de sua base de associados e clientes", afirmou.
O Banco Central teve uma participação expressiva no 7º Congresso de Cooperativismo de Crédito (Concredi), realizado na última semana, dias 10 e 11/07, em Fortaleza (CE). Além de Balliana, participaram do Painel 'O papel do BC para o desenvolvimento e fortalecimento do cooperativismo de Crédito', o consultor do Departamento de Normas do Sistema Financeiro (Denor), Clófas Salviano Júnior, e o Chefe-Adjunto do Departamento de Organização dos Sistema Finaceiro (Deorf), Marden Soares.
O Congresso, que reuniu dirigentes cooperativistas de crédito de todo o Brasil, além de especialistas nacionais e internacionais, contou com o apoio de instituições como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil e Sebrae.
Recursos para
quem precisa
Balliana destacou que o conjunto de cooperativas de crédito apresenta grande liquidez. O que é bom, por se tratar de indicativo de solidez. Por outro lado, um crescimento sólido deriva da ampliação da base de clientes, o que dá escala às operações de crédito e minimiza riscos. "Não basta ter dinheiro disponível, é preciso que os recursos cheguem a quem quer produzir para que o cooperativismo cumpra cada vez seu papel de indutor do desenvolvimento socioeconômico".
O chefe do Desuc também enfatizou que o Banco Central cada vez mais conhece as especificidades do segmento, de forma que está preparado para monitorá-lo e evitar preventivamente riscos sistêmicos. Para ele, é um grande erro considerar que a quebra de cooperativas não afeta significativamente o sistema financeiro.
Há - explicou - um risco que também deve ser combatido sem trégua que não é certamente, no início, de abrangência nacional, mas pode ser local e até regional. E, conforme a importância que assume com relação ao volume de poupança e a performance de médios, pequenos e micro negócios, pode representar um risco lateral de contágio de grandes proporções.