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Ficou até difícil caminhar e decidir o que levar para casa diante da
multidão e variedade de produtos nos estandes da 15ª Feira Estadual do
Cooperativismo e a 4ª Feira da Economia Solidária. Cerca 145 mil
pessoas, nos três dias da feira, segundo estimativa da Brigada
Militar.
O evento aconteceu neste final de semana no Centro de
Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, na Rua Heitor
Campos. Nos cerca de 900 estandes, o visitante encontrava de
artesanato a produtos ecológicos. Pela grandiosidade, feira poderá
inclusive entrar para calendário mundial tornando-se o Fórum Mundial
da Economia Solidária.
Do quilombo de Mostardas e de outras comunidades gaúchas veio o
chamado arroz quilombola. O produto começou a ser cultivado há três
anos e só é vendido em feiras. De Estados como Santa Catarina, as
luminárias produzidas em palha de Citronela, do grupo Caminhos de
Palha, de Florianópolis. Para a artesã Miriam Abe Alexandre, 37, anos,
"quando se fala em feira da economia solidária referência nacional, se
fala na feira de Santa Maria", destaca ela que integra o Fórum
Catarinense de Economia Solidária.
De países como o Uruguai, as roupas produzidas em lã de ovelha, por 13
famílias do grupo Nuevo Amanhecer, do departamento de Rocha, Lascano.
"A intenção é formar uma cooperativa", adianta a artesã Raquel
Portugal, 53 anos. Paralela à venda nos estandes e aos seminários
tiveram ainda várias atrações culturais no palco da praça de
alimentação (colaborou Elen Almeidah).
Banco de Sementes
Os mais variados tipos de sementes agora terão um espaço permanente
para troca, em Santa Maria: o Banco de Sementes Chico Mendes, o
primeiro da região Centro do Estado. A sede será no Centro de
Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter, na Rua Heitor
Campos, bairro Medianeira. A iniciativa que é uma parceria entre
Prefeitura de Santa Maria, Governo Federal, por meio do Ministério do
Desenvolvimento Agrário, e Projeto/ Esperança Cooesperança, servirá
para produtores rurais terem acesso a sementes que ainda não
plantaram.
Não haverá venda, mas sim troca dos produtos. Um agricultor pode levar
1 kg de um tipo de semente.
Após o plantio e colheita, ele deve devolver a mesma ou outra semente
em quantidade maior. Javier Chaparro, 39, faz em Buenos Aires peças
que surpreendem os argentinos e que maravilharam brasileiros.
Especialmente as mulheres. Os calçados, em couro trabalhado, foram
facilmente comercializados.
De Ouro Fino, Maria das Graças Aguiar de Lima, 47, que trouxe peças de
croché para a Feira do Cooperativismo, representa o trabalho de pelo
menos 150 pessoas. Ela conta que sua vida melhorou desde que integrou
à cooperativa mineira. Antes, suas atividades eram resumidas ao campo
e as casas de família onde prestava serviços gerais. Agora, além do
ofício prazeroso de confeccionar tocas, mantas, bonés, e colchas,
Maria tem sua renda familiar complementada.