Para o economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles, a decisão do Copom procura tranqüilizar os mercados acerca do comportamento da inflação. "Ao manter o ritmo de 0,5 ponto, o Copom... (procura) transmitir aos mercados que a situação atual apesar de preocupante, não deveria suscitar alarmes, muito menos ser motivo para pânico", disse.
Segundo Teles, o cenário verificado agora não é uma surpresa, pelo menos para a autoridade monetária. "Para o BC, a piora no cenário inflacionário não se configurou como uma grande surpresa, mas apenas a confirmação de suas preocupações. Desde a reunião de abril, o Copom já admitia que os riscos para a concretização de um cenário inflacionário benigno eram relevantes", concluiu.
A expectativa do mercado sobre o rumo tomado pelo BC é confirmada pelo economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos. "Veio dentro do que a gente esperava. Ele mesmo (BC) disse que já via essa deterioração que está acontecendo (da inflação), então não faria sentido ele aumentar o ritmo da alta", afirmou.
Já para Istvan Kasznar, conselheiro econômico da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), a elevação dos juros deixou clara a preocupação do Banco Central em cumprir a meta de inflação.
"É evidente que a inflação que estamos vivenciando é resultado também da conjuntura internacional, devido a um período de franca elevação das commodities e do petróleo. Mas, mesmo assim, o BC brasileiro vem deixando bem claro que vai tomar providências pontuais para que a meta de inflação seja cumprida. Agora, que somos investment grade, temos que preservar o que conquistamos com tanto sacrifício", explicou o conselheiro.